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Gato que tinha Bolsa Família já morreu há anos, diz dono

Angela Kempfer, Campo Grande News - 24 de janeiro de 2009 - 13:04

O ex-coordenador do programa Bolsa Família em Antônio João, Eurico Rosa, contou hoje ao Campo Grande News que o gato Billy, que recebeu durante 7 meses o benefício, já morreu há muitos anos. “Minha mulher teve esse gato há muito tempo, quando a gente ainda estava começando o namoro”, confessa.

Sobre o escândalo que nesta semana veio à tona, Eurico diz que “se deu mal” porque não avisou a esposa sobre a fraude de ter inserido o gato no cadastro, para receber o Bolsa Família. “Ela não sabia de nada, quando o agente de saúde foi até lá em casa para perguntar onde estava o Billy, ela contou que era um gato”, detalha Eurico.

O ex-servidor público, concursado desde 2006 e exonerado depois de descoberta a “maracutaia”, diz que escreveu uma carta com pedido de desculpas à população e repassou à rádio local, a mesma emissora que em novembro deu o sinal para que a fraude fosse revelada.

Diante do sumiço da “criança” beneficiada pelo programa, a rádio começou a convocar os “pais” de Billy para a pesagem obrigatória. Como ninguém apareceu, o agente de saúde foi até a casa do ex-coordenador e a esposa acabou revelando a fraude.

Eurico conta que já recebia o benefício referente a um sobrinho da esposa, desde 2005, que realmente freqüenta o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e mora com o casal. Por “desespero”, ele diz que resolveu inserir também o gato. “Estava passando por sérias dificuldades financeiras, e achei que não ia dar em nada”, comenta sem detalhar quais contas eram essas.

Sobre perder o emprego, por apenas R$ 20,00 ao mês (valor da Bolsa), Eurico é curto. “Eu estava com problemas”.

Liberdade – Para o ex-coordenador, o próprio programa é de certa forma responsável por esse tipo de crime. “Qualquer gestor insere quem quiser lá. Tive liberdade e fiz, o que deve acontecer muito por aí. O problema é que eu não fiz direito”, admite.

"A gente não tem de repassar documentos para a coordenação nacional, só os dados", relata sobre a facilidade que teve para registrar o gato com o nome de Billy Siqueira da Rosa, com até data de nascimento e cartão magnético emitido para o saque mensal.

Na cidade, Eurico diz que não sofreu qualquer retaliação popular, apesar de ter perdido o emprego. O risco de prisão ou outra pena estabelecida pela Justiça é enfrentado com tranqüilidade, garante o ex-coordenador. “Só tenho de pedir desculpas, principalmente para as famílias do Bolsa”, conclui.

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