O governo federal anunciou que vai reduzir a mistura do álcool combustível de 25% para 20% na gasolina vendida nos postos. Isso reduzirá o consumo do produto em 1,2 bilhão de litros por ano, mas como o preço da gasolina é mais alto, o valor final da mistura nas bombas deverá aumentar no país. Em alguns estados, como Paraná e São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, estima aumento de até 2,6%, mas a média nacional deverá ser de 1,3%.

Em entrevista coletiva, o ministro afirmou o preço da gasolina deverá cair a partir de abril, quando se inicia a safra de cana-de-açúcar. A redução na adição do álcool à gasolina, segundo Rondeau, não foi tomada apenas para tentar equilibrar o abastecimento. "A mistura foi uma decisão tomada no passado visando estimular a produção de álcool", justificou. Dessa forma, o álcool deve permanecer adicionado à gasolina em 20%, mesmo depois da entressafra, conforme adiantou o ministro.

O governo ainda estuda outras medidas em favor dos produtores de álcool, como reduzir a alíquota da Cide (Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico), que atualmente é cobrada em 0,28% sobre o litro de álcool. Segundo o ministro, ainda existe a possibilidade de reduzir a zero a tarifa de importação de álcool.

Os produtores de álcool haviam se comprometido com o governo em fornecer o produto na entressafra atual a R$ 1,05. Agora, os produtores avisaram que não poderiam cumprir o trato. "Agora, mostraram disposição de não cumprir o acordo, mas o aperto de que eles reclamam vai cessar com certeza após meados de abril", prevê. "Por isso esperamos que eles avaliem melhor a situação."