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Furto de fios volta a 'assombrar' e imóveis amanhecem no escuro

Campo Grande News - 15 de julho de 2018 - 16:00

Eles agem quando a cidade dorme. É no calar da noite que os criminosos fazem de tudo para levar fios de energia elétrica, que possuem o “visado” cobre em sua composição. Somente em 2018, foram registrados 132 casos de furto de cabeamento em Mato Grosso do Sul, sendo 122 somente em Campo Grande.

Um dos mais recentes na Capital foi registrado por volta das 4h da última quarta-feira (11), na área central. O alarme de uma boutique disparou e, quando a gerente e um segurança do sistema particular de monitoramento chegaram ao local, já não havia mais energia elétrica.

“Ficamos sem entender por um tempo, até perceber que do outro lado da rua, os fios estavam cortados, e largados pendurados. É a segunda vez que acontece, em menos de 3 meses”, lembra a gerente do estabelecimento localizado na Rua José Antônio, que prefere não se identificar.

Da primeira vez, segundo ela, eles cortaram os fios que ligam o padrão à loja e, nesse caso, fica a cargo do lojista bancar o estrago. “Dessa vez, eles cortaram o cabeamento que liga o poste da rua à loja, e acionei a concessionária para fazer a reposição”, conta.

A gerente calcula prejuízos enormes ao negócio. "O estabelecimento ficou horas sem energia elétrica. Deixamos de atender muitos clientes, de tirar nota fiscal, ficamos sem ter como fazer nada”, relata. A energia foi restabelecida por volta das 16h.

Ela conta que o crime está muito comum. No imóvel localizado à frente, por exemplo, fios de energia foram levados cerca de quatro vezes.

Informações repassadas pela Energisa ao Campo Grande News mostram que, somente neste ano, foram registrados 132 casos de furtos de fiação elétrica, sendo 122 em Campo Grande.

“O número de denúncias vem aumentando. Isso sem contar o risco que essa prática proporciona ao próprio criminoso, que pode sofrer consequências graves como descargas elétricas durante o procedimento. A reposição dos cabos é feita, sem custo ao cliente, assim que a concessionária é notificada e identifique a irregularidade!, informou a empresa, por meio da assessoria de imprensa.

"Esse tipo de crime pode gerar impacto na tarifa dos clientes. Além disso, as equipes da Energisa direcionadas para resolver essas ocorrências, poderiam estar envolvidas em ações de maior vulto", complementa.

Em casos de furtos de fiação, o consumidor pode entrar em contato pelo número 0800 722 7272, pelo aplicativo Energisa ON e redes sociais.

Prejuízos - O secretário-adjunto de infraestrutura e serviços públicos, Ariel Serra, disse que os furtos já provocam muitos prejuízos aos cofres públicos.

As ocorrências são registradas, principalmente, nos pontos onde estão instalados postes de iluminação metálicos, que possuem cabeamento aterrado.

“Os postes de concreto, que têm fiação aérea, são mais 'desafiadores' para os criminosos, que precisam de escadas, escalar a estrutura de alguma forma, cortar, se expor mais. Por isso, eles preferem os de fiação embutida", disse Ariel.

Ele informa que, na medida do possível, a prefeitura vem substituindo a fiação para dificultar a ação dos bandidos.

“Nas avenidas mais novas da cidade estamos fazendo o embutimento dos cabos com uma profundidade maior e ancorando com concreto. Assim, os bandidos demoram mais para alcançar os fios e fazer a retirada”, explica.

Ariel ressalta ainda que é fundamental o suporte das polícias, da Guarda Municipal, para detectar os compradores desse material furtado.

“Me recordo que em 2008 houve uma intensa ação policial em empresas de Campo Grande que estavam revendendo os fios de cobre. Por um bom tempo houve redução dos delitos. Acredito que uma operação agora possa repreender os criminosos novamente.

Na Capital, são aproximadamente 5 mil postes de iluminação instalados nas principais avenidas, sendo 150 km de cabos de 6mm, 10 mm, 16mm e 25 mm.

Em 2017, a reposição da fiação da iluminação pública furtada em várias avenidas da cidade vai custar aos cofres públicos R$ 240.973, com material e mão de obra. Em janeiro, foram roubados 7.300 m de fiação subterrânea, que se estendiam por 2,4 quilômetros das avenidas Eduardo Elias Zahran, Fernando Correa da Costa, Rua Plutão e da Praça dos Imigrantes.

Também foram levados 3 mil metros de fios da Rua Plutão; 2 mil da Zahran; 2 mil metros da Fernando Correa da Costa e 300 metros da Praça dos Imigrantes. A ação dos ladrões na esquina da Fernando Correa da Costa foi registrada por câmeras de monitoramento.

Na Avenida Zahran foram duas investidas sempre aos finais de semana durante a madrugada.

A projeção para este ano, segundo o secretário-adjunto, é ainda maior e deve superar R$ 400 mil de prejuízo aos cofres públicos.

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