Funcionários do Banco Central paralisaram suas atividades hoje, em todo o país, numa greve de 24 horas que garante plantão no Departamento de Meio Circulante para evitar falta de dinheiro nos bancos e caixas eletrônicos. Movimento que "servirá de advertência" ao governo para o cumprimento dos compromissos assumidos com a categoria, nas negociações do ano passado, conforme o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep) no BC, José Lourenço da Silva.

Segundo ele, a paralisação de 15 dias, em 2003, fez com que os negociadores do governo prometessem novo Plano de Cargos e Salários, corrigindo o anterior e mantendo ganhos da categoria. Mas, nada até agora foi resolvido, o que provocou a primeira greve de advertência, dia 29 de abril, quando 75% dos funcionários do BC em dez estados cruzaram os braços por 24 horas, de acordo com números do Sindsep.

A força do movimento naquele dia fez com que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, recebesse uma comissão de grevistas, segundo Lourenço da Silva, "mas não houve nenhum compromisso do ministro em atender nossas reivindicações". Ele adiantou que nova reunião está agendada para amanhã (13), quando serão retomadas as negociações; desta vez com o secretário-executivo adjunto da Fazenda, Arno Augustin.

Além do novo Plano de Cargos e Salários, os servidores pleiteiam a reposição das perdas de junho de 1998 a dezembro do ano passado, calculadas em 50,19% pelo Dieese. Eles querem também a implantação do cargo de técnico de nível superior no Banco Central, defendem o piso salarial de R$ 1.440,00 para o funcionalismo em geral e a manutenção da paridade ativos/aposentados, bem como o fim das terceirizações e contratações que burlam a exigência de concurso.