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Funai nega que corpos tenham sido encontrados em MS
Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) diz não ter passado de boato a informação de que um agente de saúde teria avistado dois corpos que poderiam ser os dos professores e primos Olindo e Jenivaldo Vera, índios guarani que desapareceram na tarde do último sábado (31), durante a ação de desocupação de uma fazenda no município de Paranhos (MS), na fronteira com o Paraguai.
Segundo o chefe do posto da Funai no município, Luiz Américo, funcionários do órgão e alguns índios vasculharam durante horas mais de um local indicado sem encontrar nenhum corpo ou indício que ajudasse a descobrir o paradeiro dos dois índios.
A informação não passou de um boato que apareceu não sei como. Um agente de saúde, índio, me ligou hoje cedo dizendo que um outro índio tinha visto os corpos próximo a um assentamento. Quando chegamos no local [assentamento São Cristóvão], nos disseram que era em outro lugar. Seguimos para o assentamento Vicente de Paula [próximo à fronteira com o Paraguai] e nada. Procuramos, procuramos e não encontramos nada, explicou Américo à Agência Brasil, por telefone.
Américo diz que a Funai continuará procurando por Olindo e Jenivaldo. Os dois faziam parte do grupo de índios que, na quarta-feira (28) passada, ocupou a Fazenda São Luiz, a cerca de 30 quilômetros do centro de Paranhos. Alguns índios contaram à Funai tê-los visto pela última vez quando deixavam a propriedade, de onde foram expulsos por seguranças armados.
Após o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul pedir a instauração de um inquérito policial para apurar as denúncias, a Polícia Federal deslocou duas equipes de Naviraí (MS) para o local da ocorrência. Ontem (3), o delegado responsável pelo inquérito ouviu o depoimento de alguns dos índios que haviam invadido a Fazenda São Luiz e, segundo assessores da PF, somente com base no depoimento dos índios, ainda não é possível confirmar o desaparecimento de Olindo e de Jenivaldo.
Luiz Américo, no entanto, diz estar certo de que os dois professores estão desaparecidos. Ele afirma que ambos têm compromissos profissionais e que não foram vistos desde o final de semana. Vamos continuar as buscas e achá-los vivos ou mortos. Torcemos para que vivos, declarou Américo.
Edição: João Carlos Rodrigues