As doenças crônicas, incluindo a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ocupam atualmente as primeiras posições no quadro de morbidade e mortalidade do país. Para se ter uma idéia, um quarto de todas as hospitalizações de adultos com problemas respiratórios deve-se a doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Esse tipo de doença lidera o ranking das causas de mortalidade por problemas respiratórios em adultos. Nesse sentido, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Federal de São Paulo resolveram avaliar a prevalência da doença e os fatores associados em uma população adulta da grande área metropolitana de São Paulo.



De acordo com artigo publicado na edição de setembro/outubro de 2005 dos Cadernos de Saúde Pública, “a DPOC é um importante problema de saúde pública, não só em função dos altos índices de mortalidade e morbidade, como também por ser passível de prevenção em várias ocasiões”. No estudo, todos os 963 pacientes foram submetidos a espirometria e a um questionário.



A equipe observou que mais da metade dos pacientes eram fumantes ou já haviam fumado, a maioria homens. Cerca de 20% do total já possuíam um histórico de 10 anos como fumante. Aproximadamente um sexto dos entrevistados relatou um histórico familiar de doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite ou enfisema. Pouco mais de 70% possuíam sobrepeso ou obesidade e cerca de 3% já haviam sido internados na infância por problemas respiratórios.



A prevalência de DPOC foi de 15,8% e a doença associou-se positivamente com idade e tabagismo e inversamente com o índice de massa corporal. Segundo os pesquisadores, o controle do fumo preveniria um de cada quatro ou cinco casos de DPOC. “Parar de fumar poderia prevenir a ocorrência de milhões de casos da doença. Infelizmente, a história natural da DPOC é progressiva e irreversível depois de um determinado nível de dano causado aos pulmões. Nesse caso, o tratamento pode apenas aliviar os sintomas. A perda funcional dos pulmões pode ser reduzida se a pessoa parar de fumar. Essa é a única forma de aumentar a expectativa de vida de pacientes com DPOC”, afirmam no artigo.