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Frutos do mar protegem o cérebro do Alzheimer

EPharma News - 04 de fevereiro de 2016 - 13:00

Consumo de frutos do mar protege o cérebro da doença. Comer ao menos uma refeição semanal de peixe ou frutos do mar ajuda a proteger o cérebro de alterações ligadas ao desenvolvimento do mal de Alzheimer em portadores de uma variante genética que aumenta o risco da doença. A conclusão é de um estudo publicado na “Journal of the American Medical Association” ( Jama), que também verificou que o consumo moderado de frutos do mar eleva os níveis de mercúrio no organismo, mas aparentemente não o suficiente para provocar os efeitos neurotóxicos causados por altas concentrações do elemento no corpo.

— O consumo de frutos do mar é recomendado por causa de seus muitos benefícios à saúde, mas eles também são uma fonte de mercúrio, um conhecido neurotóxico que talvez possa aumentar o risco de neuropatologias associadas à demência — justifica Martha Clare Morris, do Centro Médico da Universidade de Rush, em Chicago, nos EUA, e líder da pesquisa. — Assim, nesse estudo, queríamos relacionar os níveis de mercúrio no cérebro tanto com o consumo de frutos do mar quanto com as neuropatologias ligadas ao mal de Alzheimer, à demência vascular e à demência com corpos de Lewy.

Para isso, os pesquisadores se basearam em um grupo de idosos voluntários inscritos no Projeto Memória e Idade de Neuropatologia Clínica, conduzido em Chicago e arredores entre 2004 e 2013. Nenhum deles tinha sinais de demência quando ingressaram no estudo e todos responderam questionários anuais sobre seus hábitos alimentares, além de passarem por avaliações neurológicas, também anualmente.

PESQUISA POR AUTÓPSIA

No período, 286 dos participantes morreram, com em média 89,9 anos, e tiveram seus cérebros analisados para problemas associados às doenças, como a presença de placas de proteína beta amiloide e macro e microinfartos cerebrais, além dos níveis de mercúrio e selênio, elemento que combate os efeitos neurotóxicos do primeiro e também tem nos peixes uma importante fonte, nos tecidos do órgão.

— Descobrimos que o consumo de uma ou mais refeições de frutos do mar por semana foi correlacionado com maiores níveis de mercúrio no cérebro, mas não encontramos associação com maiores níveis de selênio — conta Martha. — Mas os níveis maiores de mercúrio no cérebro não foram associados a qualquer neuropatologia. Além disso, descobrimos que o consumo de uma ou mais refeições de frutos do mar por semana foi associada com um fardo menor de neuropatologias ligadas ao mal de Alzheimer, mas só em pessoas que tinham a variante APOE4 do gene que produz a apolipoproteína E ( uma das principais associadas ao risco de desenvolvimento do mal de Alzheimer).

Agora, Martha e seus colegas pretendem aprofundar a investigação para saber se o consumo de frutos do mar está associado a marcadores de boa saúde cerebral, incluindo um aumento nos níveis e na densidade de proteínas sinápticas no cérebro.

— Há uma ampla literatura de estudos em modelos animais que mostram que o DHA ( ácido docosa- hexaenoico), um dos ácidos graxos do ômega 3 encontrados nos peixes, está associado a níveis mais altos de proteínas sinápticas no cérebro e que este pode ser um dos mecanismos pelos quais o consumo de frutos do mar protege o órgão da demência — conclui a pesquisadora.

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