A BR-359, que liga Coxim a Alcinópolis, no norte de Mato Grosso do Sul, pode ser denominada Francisco Anselmo de Barros – ambientalista que ateou fogo ao corpo no dia 12 de novembro em protesto à instalação das usinas de álcool no pantanal sul-mato-grossense.
O pedido, feito pelo deputado Geraldo Resende (PPS) e Antônio Carlos Biffi (PT), foi entregue hoje na Câmara Federal, onde, esta manhã, foi realizada audiência pública sobre a implantação de usinas na Bacia do Alto Paraguai.
Na ocasião, Biffi lamentou a posição do governador Zeca, "do meu partido que no passado foi um dos grandes defensores do Pantanal". O governador manteve o posicionamento favorável à implantação do empreendimento e criticou a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que em Campo Grande, se posicionou contrária à mudança da legislação que permitiria a instalação das usinas. Biffi disse que a atitude de Zeca foi descortês e a classificou como "um ato de desagravo", conforme a agência de notícias da Assembléia Legislativa.
Já Resende destacou as conseqüências da alteração da lei. "A probabilidade de se instalarem usinas de álcool e açúcar na Bacia do Alto Paraguai é interpretada como uma medida que trará conseqüências não só ao meio ambiente, mas a situação social e econômica da região. A cultura canavieira já foi responsável por trabalho escravo no Estado e pela exploração da mão de obra de indígenas", afirmou Resende, em texto da Assembléia. Participaram de audiência os deputados estaduais, Ary Rigo (PDT) e Onevan de Matos (PDT).