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Geral

Fototerapia também é eficaz em depressões não sazonais, revela estudo

Assessoria - 16 de abril de 2014 - 13:20

Exposição à luz fluorescente, em doses corretas, surte efeito positivo também em quadros de depressão não relacionados aos tipos sazonais. A pesquisa, que acaba de ser apresentada pelo canadense Raymond Lam durante o 10º Congresso Internacional do Cérebro, Comportamento e Emoções, revelou que pacientes depressivos, sem associação sazonal, que receberam tratamentos por meio da fototerapia, tiveram melhoras mais expressivas.

O experimento do pesquisador da Universidade de British Columbia dividiu os pacientes em quatro grupos, cada um recebendo um tipo de tratamento. Os melhores resultados foram constatados nos indivíduos que receberam
cuidados combinados, com fototerapia e o uso de antidepressivos. Os pacientes submetidos apenas à medicação, sem a exposição à luz com intensidade de dez mil lux (unidade de luz), apresentaram piores desempenhos.

De acordo com Lam, um dos motivos que pode levar a esses resultados é o funcionamento do ciclo circadiano - período de 24 horas que determina o funcionamento biológico. Além do relógio interno do corpo, o ciclo também é regulado pelo ambiente externo e influencia o ritmo corporal e psicológico. Por isso, fatores como poucas ou muitas horas de sono,
alimentação inadequada e falta de prática de exercícios assim como insuficiente exposição à luz podem causar uma disfunção no ciclo e acentuar quadros de depressão. Estudos que investigam a eficácia do tratamento luminoso podem trazer uma nova perspectiva para pacientes que apresentam o problema.

ENTENDA A DEPRESSÃO SAZONAL

A depressão sazonal acontece com mais frequência durante os meses frios do ano. Isso porque os dias têm curtos períodos de luminosidade, afetando a liberação de melatonina. "A luz suprime o hormônio, que é responsável por regular o sono e é produzido no escuro", explica Mário Juruena, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP. As condições climáticas também levam à diminuição da serotonina, responsável por regular o humor, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal e outras funções do corpo. O nível do neurotransmissor é elevado a partir da exposição à luz brilhante. Juruena destaca que a patologia é mais frequente nas partes do mundo afastadas da linha do Equador. "No sul do Brasil também existem casos de depressão sazonal, já que os dias de inverno são mais curtos", afirma.

SOBRE O CONGRESSO

Neste ano, o 10º Congresso Internacional do Cérebro, Comportamento e Emoções foi realizado em Montreal, no Canadá, e reuniu cerca de 2 mil profissionais de saúde, de vários países, para compartilhar experiências, conhecer realidades diferentes e interagir com as principais referências em neurologia e psiquiatria da atualidade. Durante os três dias de discussão, os congressistas apresentaram o que a ciência oferece de mais atual e promissor para áreas como Alzheimer, depressão, envelhecimento cerebral saudável, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças relacionadas à saúde mental, o impacto do trauma na infância, além de outros assuntos relevantes para a
qualidade de vida da população.

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