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Fotogaleria - Dona Nena falece aos 89 anos de idade

Fernando Murillo, Interativo - 14 de junho de 2016 - 17:09

Fotogaleria - Dona Nena falece aos 89 anos de idade

Faleceu em Paranaíba na manhã desta terça-feira (14), aos 89 anos, a senhora Assunção Peralta Marinho, a popular comerciante “Dona Nena”, tão conhecida que deu e dá referências às ruas Rui Barbosa e Francisco de Freitas Silveira, por todos chamadas de descida e subida da Dona Nena, já que ela é antiga moradora da rua e tinha estabelecido lá seu brechó.

Dona Nena já estava com a saúde debilitada desde a última quinta-feira (09), segunda sua neta Elizângela Batista. A neta afirmou ainda que hoje (14), por volta das 10h, estava com a avó, quando esta pediu para que a levantasse, pois queria sentar. Começou a passar mal, o que depois foi confirmado em laudo como uma parada cardiorrespiratória, segundo a neta. O Corpo de Bombeiros chegou para atender, mas Dona Nena já estava sem vida.

Acompanhe a história de Dona Nena, em entrevista feita em 2012, por Ailton Júnior especialmente para a coluna “Por fora”, no Interativo

Filha dos espanhóis José Peralta Gervigia e Rosária Garcia Tortossa, Dona Nena é natural de Bálsamo-SP. Criada na fazenda, veio morar em Paranaíba graças a seu irmão Vicente Peralta. Vicente era aviador, e viu em Paranaíba um mercado promissor, pois havia poucas estradas e a conexão com os grandes centros era feita em sua maioria pelo ar. Após muita insistência, Assunção e o marido Francisco Timóteo Marinho acataram a sugestão de Vicente e aterrissaram na capital do Bolsão Sul-Matogrossense por volta de 1952, “num campo de decolagem em frente à delegacia”.

“Naquela época era muito bom para ganhar dinheiro...”. Com essa frase, Dona Nena indica como era Paranaíba naquela década de 50: um lugar com pouco comércio, pouca informação, e muitos consumidores. Assim, Dona Nena prontificou-se a buscar mercadorias em São José do Rio Preto-SP e revender em Paranaíba. A freguesia de seu bazar logo tornou-se assídua, e com os negócios indo de vento em popa, Dona Nena tornou-se representante das máquinas de costura Vigorelli. Além disso, atuou como costureira também, e orgulha-se de ter vestido muitas noivas por aí. Com o passar dos anos e o aumento da concorrência, o bazar de roupas novas passou a ser um brechó.

A FAMOSA DESCIDA

A mudança para a o local onde veio a permanecer até os últimos dias de sua vida ocorreu há cerca de 45 anos. Dona Nena comprou uns lotes do senhor Belarmino Antônio, e dali viu muitas coisas acontecerem e mudarem. “Naquela época, aqui em frente tinha roça de arroz e milho, não havia muita gente por aqui”, recorda.Com essa mudança, Dona Nena mudou também um pouco da história da cidade ao “emprestar” seu nome àquela região e àquela rua. Acredito que isso tenha acontecido por ela ter sido uma das primeiras moradoras do local, possuindo diversos lotes na região.

Atualmente, a rua é bastante movimentada, possui um comércio diversificado com tapeçaria, funilaria, armazém, lan house, loja de móveis usados e, claro, o velho bazar de roupas usadas.

Sendo uma rua tão importante, que liga dois grandes bairros (de Lourdes e Santo Antônio) ao Centro, o mais viável seria mudar o nome para “Rua da Dona Nena”, já que esse é o nome que está enraizado em nossa cultura.

Sobre isso, a minha entrevistada sorri e não esconde que gostaria de ter seu nome eternizado no local onde ela viu muitas coisas prosperarem. Nada mais justo do que prestar essa homenagem em vida, enquanto há tempo. Colaborou César Leonel da Costa

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