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Fotogaleria: atuação profissional de advogado cassilandense é destaque em MT
O advogado cassilandense Giovani Santin (filho do casal Salete e Velci Santin), que reside atualmente em Cuiabá, foi destaque em matéria jornalística do site Midianews, por atuar na defesa de uma cliente em um caso de grande repercussão na capital mato-grossense. Confira a íntegra da matéria entitulada "HC não é vitória de ninguém; só há perdedores", afirma advogado"
O advogado Giovani Santin, que atua na defesa da médica Letícia Bortolini, afirmou nesta terça-feira (17) que o habeas corpus concedido a ela na noite de segunda-feira (16) “não é uma vitória”.
A médica é acusada de atropelar e matar o vendedor Francisco Lucio Maia, de 48 anos, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, na noite de sábado (14).
“Quando se trata de uma tragédia e uma fatalidade como essa, é claro que o fato de ter sido concedida uma liberdade com medidas cautelares não é uma vitória para ninguém. Nós, que estamos envolvidos nesse processo, somos todos vítimas”, avalia o advogado Giovani Santin.
A médica estava presa desde a manhã de domingo (15) na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, quando passou por audiência de custódia e teve prisão preventiva decretada.
Quando se trata de uma tragédia e uma fatalidade como essa, é claro que o fato de ter sido concedida uma liberdade com medidas cautelares não é uma vitória para ninguém. A liberdade foi concedida na noite desta segunda-feira (16), quando o desembargador Orlando Perri deferiu o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
Para o advogado, o atropelamento foi uma “fatalidade” e poderia ter ocorrido com qualquer cidadão.
“Trata-se de uma fatalidade e tragédia em que não há ‘quem venceu’, só há perdedores. Pessoas que foram vencidas pelo acaso. Qualquer um de nós pode estar sujeito a esse tipo de acontecimento. Infelizmente aconteceu com a Letícia”, diz.
A médica foi presa sob as acusações de homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de matar), direção perigosa e por omissão de socorro.
“Extremamente abalada”
Detida em uma cela com outras três presas com curso superior, a advogada – durante os quase dois dias presa – teve contato apenas com os advogados.
Em uma das conversas, o advogado conta que viu a médica “extremamente abalada” e sensível com a morte do verdureiro.
“Ela estava extremamente abalada, triste. A Letícia só chora. E a todo momento ela se preocupa, sim, com os familiares da vítima e com a fatalidade que ocorreu”, contou o advogado.
O advogado rebateu ainda os termos usados pela juíza Renata do Carmo Evaristo Parreira, da 9ª Vara Criminal, segundo a qual a médica tem “personalidade criminosa”. A afirmação consta no decreto de prisão preventiva.
“Ela não tem essa ‘personalidade criminosa’ como foi ressaltado. Ela é uma profissional de sucesso, que exerce com maestria o seu trabalho, e de repente, em um fim de semana, isso vai por água a baixo. Tem a sua vida exposta, conclusões a respeito do seu caráter, conclusões precipitadas a respeito do seu comportamento... E ela esta extremamente abalada com isso, naturalmente”.
“É aquela situação de não acreditar no que está acontecendo, o que é próprio das fatalidades. É uma tristeza profunda... Vai levar [esse fato] para sempre. Vai ter consequências. Ela já está recebendo sua pena por tudo que aconteceu, pela exposição”
Atropelamento e fuga
O desembargador Orlando Perri concedeu habeas corpus para Letícia na noite de segunda-feira (16)
Após o atropelamento, uma testemunha seguiu a acusada até sua residência e chamou a Polícia. Já na delegacia, a médica permaneceu calada.
“A Leticia, em momento nenhum, vai se eximir das suas responsabilidades. A partir do momento em que ela for chamada ao processo, intimada, ela vai comparecer. E a vai arcar com as consequências disso”, afirma o advogado.
A família da vítima disse à reportagem do MidiaNews que, na audiência de custódia, a mulher chegou a declarar que não teria parado para socorrer a vítima porque imaginou que atingira um cachorro.
O advogado da médica, no entanto, nega as afirmações. “Em momento algum isso foi dito pela Letícia. Em momento algum foi criada essa comparação. Ou o que ela disse que poderia ter acontecido”, afirma.
Em oitivas realizadas pela delegacia na noite do acidente, a médica ficou em silêncio e informou que falaria apenas em juízo.
Investigações
O delegado Christian Cabral, da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), deve concluir as investigações nos próximos dias.
Conforme relatou ao MidiaNews, o levantamento de informações já foi feito nestes dois dias de investigações e a última testemunha – o marido da médica, o urologista Aritony de Alencar Menezes - depôs na tarde desta terça-feira (17).
Concluída as investigações, o delegado deve encaminhar as conclusões ao Ministério Público Estadual (MPE) para que um promotor decida se oferece ou não denúncia contra a profissional.
A defesa aguarda a conclusão do inquérito para decidir quais atitudes tomar. “Se for pelo promotor que estava na audiência, trata-se de um homicídio doloso. Se for por outro promotor, pode ser que ele entenda que seja culposo [sem intenção]. Então, há duas frentes ai”, explica o advogado.
O caso
Francisco morreu enquanto tentava atravessar a Avenida Miguel Sutil com seu carrinho com verduras, por volta das 20h do sábado. Marido e mulher teriam apresentado sinais de embriaguez, segundo a Polícia. Uma pessoa que presenciou o acidente foi atrás do casal e viu o momento em que o carro entrou em um condomínio no Jardim Itália. A Polícia Civil foi acionada e a médica autuada por homicídio culposo no trânsito e omissão de socorro.
Na audiência de custódia, no domingo (15), a juíza Renata Parreira converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. A médica foi solta após o desembargador Orlando Perri conceder o habeas corpus, na noite de segunda-feira.