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Fósforo pode auxiliar cultivo de soja
Pesquisa mostra que a suplementação de fósforo na adubação de cultivares específicos resulta em redução parcial dos efeitos da deficiência hídrica.
De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), a suplementação de fósforo na adubação de G. max do cultivar 'Embrapa 48' pode resultar em redução parcial dos efeitos da deficiência hídrica. No entanto, em relação à biomassa do sistema radicular, foi detectado pela pesquisa um efeito mitigador da substância nas plantas com deficiência hídrica. O trabalho foi realizado por Rérold Samuel Firmano, do Laboratório de Ecofisiologia Vegetal (Ecolab) da Unoeste, e colegas, e foi veiculado na edição de outubro de 2009 da Ciência Rural.
Para colheita de dados, os pesquisadores declaram que foi conduzido um experimento que avaliou a cultivar 'Embrapa 48' (Glycine max (L.) Merr.), que é proveniente do cruzamento entre Davis x Paraná x IAS 4 x BR 5. A variedade, segundo eles, tem crescimento determinado e maturação superprecoce, com ciclo médio de 115 dias, além de possuir resistência e tolerância a diversas doenças (Embrapa Soja, 2007). Detalhando o experimento eles comentam que após o estabelecimento das plântulas, mantidas até então sob irrigação com 100% de reposição da água evapotranspirada, foi realizado um desbaste deixando apenas uma planta por vaso. Após a formação do primeiro par de folhas totalmente expandidas, foi iniciado o processo de indução de deficiência hídrica a partir da evaporação de um minitanque Classe A. As plantas em cada tratamento foram separadas em grupos, recebendo 100% ou 25% de reposição da água evapotranspirada diariamente.
Entre os resultados do levantamento, Rérold e colegas revelam que de forma geral, um aumento da suplementação de fósforo (P), sobretudo com a aplicação do equivalente a 200kg ha-1 de P, tendeu a aumentar a biomassa nas plantas que receberam reposição de 100% da água evapotranspirada. Entretanto, entre as plantas cultivadas sob deficiência hídrica, não houve diferença significativa entre a produção de biomassa das partes analisadas em resposta às doses de P, exceto em relação à biomassa da raiz onde as plantas que foram suplementadas com P apresentaram valores significativamente maiores em relação às plantas sem adição de P. Eles acrescentam: todavia, isso não impediu uma redução de biomassa em relação às plantas bem irrigadas.
Os pesquisadores afirmam que a hipótese de que o fósforo poderia atuar com um agente mitigador dos efeitos da deficiência hídrica sobre o crescimento e a fotossíntese de soja da cultivar 'Embrapa 48' foi parcialmente corroborada. A suplementação de P contribuiu para mitigar os efeitos da deficiência hídrica em relação à assimilação líquida de CO2, comparado-se com plantas que não receberam P adicional; mesmo assim, tais efeitos não foram suficientes para conferir maior estabilidade à produção de biomassa nas vagens. Por outro lado, houve uma tendência de uma maior estabilidade na biomassa do sistema radicular, nas plantas suplementadas com P, concluem.
Para ler o artigo na íntegra, acesse http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782009000700003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
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