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Força Nacional em Dourados também busca presos que fugiram na fronteira

Campo Grande News - 20 de janeiro de 2020 - 07:40

Além de monitorar a área rural em disputa entre proprietários rurais e índios em Dourados, a 233 km de Campo Grande, agentes militares da Força Nacional também integraram as forças de segurança que buscam os 75 presos evadidos da Penitenciária de Pedro Juan Caballero, na linha de fronteira, na madrugada deste domingo (19).

O secretário de justiça e segurança pública Antônio Carlos Videira afirma que, agora, os agentes também estão monitorando áreas urbanas, a exemplo da rodoviária e Aeroporto de Dourados. Para Videira, o motivo é que Dourados – maior cidade da faixa de fronteira – pode ser rota de fuga dos presos brasileiros para outros estados.

Os 75 fugiram de duas celas do pavilhão B destinado aos faccionados do PCC (Primeiro Comando da Capital), que estaria por trás do plano de fuga. Três camionetes foram encontradas incendiadas no distrito de Ponta Porã, Sanga Puitã. Do total, 40 são brasileiros.

“Nós também reforçamos policiamento em Dourados, é a maior cidade da faixa de fronteira a pouco mais de 100 km de Ponta Porã, portanto a força nacional tem nos auxiliado na área urbana e na fiscalização no entorno de Dourados. Dourados e Nova Alvorada do Sul, por exemplo, são localidades que têm nos seus terminais rodoviários acesso a rotas interestaduais rodoviárias, portanto a fiscalização é de quem está embarcando para outros estados, até porque a maioria dos que fugiram, brasileiros, são de outros estados”, disse o secretário.

Fronteira fechadas – O trânsito na fronteira entre Brasil e Paraguai, em Mato Grosso do Sul, continua livre, mas rodovias federais, estaduais, estradas vicinais e locais de transbordo estão com efetivos de todas as forças policiais do estado.

“Reforçamos com as equipes locais, a polícia militar, a polícia civil, DOF, Defron e a PRE e encaminhamos da Capital equipes do Bope, Choque e da Derf para robustecer policiamento. O DOF ficou com as vicinais, a polícia militar estadual com as rodovias estaduais e a polícia rodoviária federal com policiamento nas rodovias”, disse Videira.

O secretário, ainda assim, não descartou a possibilidade do envio de novas tropas da força nacional para Mato Grosso do Sul. “O que nós fizemos foi intensificar o policiamento na fronteira, não somente na faixa, mas na linha e nas divisas. O Ministro [da Justiça, Sérgio Moro] já havia em dezembro editado uma portaria para a força nacional atuar na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, portanto não depende de uma nova portaria, mas apenas de eventual envio de novas tropas para reforçar”, comentou.

Secretário de justiça e segurança pública Antônio Carlos Videira (Foto: Paulo Francis)
Secretário de justiça e segurança pública Antônio Carlos Videira (Foto: Paulo Francis)
Fuga em massa – Durante a coletiva de imprensa, Videira declarou que a fuga é "a maior, de que se tem notícia, na última década" e admitiu que a Sejusp já havia sido alertada, pela inteligência paraguaia, sobre o plano do PCC. O governo paraguaio já afastou autoridades e agentes penitenciários dos cargos.

A lista de foragidos do Presídio de Pedro Juan Caballero, na divisa com Mato Grosso do Sul, tem nomes da “elite” do PCC na fronteira. Claudinei Predebon e Cícero Fernando de Lima Almeida se tornaram alvo de ações contra o PCC em 2017, quando foram flagrados com cocaína, armas e munições em uma casa de luxo em Pedro Juan Caballero.

Na época foram apreendidos 16 telefones celulares, uma caminhonete Mitsubishi Triton, duas pistolas calibre 9 milímetros marca Glock, de fabricação austríaca, cinco carregadores com capacidade para 17 disparos cada um, um carregador maior, com 30 cartuchos, 67 projéteis 9 mm, 20 cartuchos de fuzil calibre 5.56, 18 cartuchos calibre 357 e quatro caixas vazias de pistolas Glock.

Além deles, um ano após a operação desencadeada pela polícia paraguaia para prender a estrutura criminosa do narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, 8 dos 12 pistoleiros presos estão agora em liberdade.

O grupo armado do narcotraficante do PCC (Primeiro Comando da Capital), hoje preso em Balneário Camboriú (SC), está ligado a mais de 150 mortes na região de fronteira, cenário de uma guerra aberta, com vítimas diárias.

Parte da quadrilha presa com armamento de guerra e mais de mil munições em uma mansão de Pedro Juan Caballero, em maio de 2017, também conseguiu escapar durante a fuga em massa. Luiz Antônio Varela da Silva, Laurindo de Sousa Neto, Allan Gabrecht dos Santos e Timóteo David Ferreira, apontado como um dos principais chefes do PCC na fronteira, estavam detidos por associação criminosa, tráfico de drogas e porte ilegal de arma, desde que foram flagrados na mansão, considera na época como “escritório do crime”.

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