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Financiamento imobiliário cresce 86,7% em um único mês

Fábio Calvetti / ABr - 25 de agosto de 2005 - 14:21

O financiamento imobiliário ancorado nos recursos do sistema de cadernetas de poupança subiu 86,7% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, com a liberação de R$ 519,4 milhões para a compra ou construção de imóveis. É o maior volume liberado no ano, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A entidade afirm que o número de unidades financiadas também subiu e alcançou 5.573 unidades, elevação de 27,3% comparado a julho de 2004.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o volume de recursos emprestados da caderneta de poupança para o financiamento de imóveis foi de R$ 2,554 bilhões, o maior valor na década. Para o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves, os resultados de 2005 devem-se principalmente à aprovação da Lei 10.931, a chamada Lei de Incorporações, aprovada em agosto de 2004. A lei separa o patrimônio de cada empreendimento do patrimônio da incorporadora e previne desvios para outros investimentos.

Segundo Gonçalves, a maior parte do financiamento imobiliário através de caderneta de poupança vai para as construtoras, empreiteiras e empresas para a construção de novos imóveis ou financiar a compra daqueles já construídos. Em julho, apenas 0,7% do volume de recursos foi destinado ao financiamento de imóveis para pessoas físicas.

"Estamos num momento muito propício para o crédito imobiliário. Há recursos abundantes, vários agentes financeiros estão flexibilizando as condições para permitir que as pessoas tenham acesso ao crédito, estão aumentando o prazo, estão aumentando a cota de financiamento", afirma Gonçalves.

O financiamento para a construção de novos imóveis foi o de maior destaque em julho. De acordo com dados da Abecip, o volume de recursos alcançou R$ 367,3 milhões, um aumento de 152,4%. Além disso, as unidades financiadas passaram de 2.339 em julho do ano passado para 3.464 neste mês. "Esses recursos estão viabilizando a construção de novas unidades, contribuindo para a redução do déficit habitacional. Além disso, também é um grande incentivo para a absorção da mão-de-obra, já que a construção civil é altamente empregadora de mão-de-obra, especialmente aquela não qualificada", diz Gonçalves.

O superintendente técnico afirma que os bancos passaram a lidar de uma forma diferente com o financiamento imobiliário nos últimos anos e que não há relação direta entre essa mudança e a decisão do Conselho Monetário Nacional, que fixou para o segundo semestre deste ano o percentual de 50% da aplicação dos recursos captados na poupança em operações de financiamento.

"O crédito imobiliário hoje está sendo encarado pelos bancos não como uma obrigatoriedade, não como uma determinação sobre percentuais. Tendo demanda, o interesse que os bancos têm é alocar recursos onde existem pessoas com capacidade de pegar os recursos e retornar. É importante que os empréstimos sejam feitos, as pessoas sejam atendidas com recursos para comprar sua moradia, mas é importante que os recursos voltem para o sistema para que novas operações sejam feitas."

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