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Financiamento da safra 2005/06 pode atrasar

28 de abril de 2005 - 13:56

O Plano da próxima safra (2005/06) será anunciado com atraso. Contrariando pleitos do setor, a taxa de juros do Moderfrota provavelmente será mantida de 9,75% a 12,75% ao ano, assim como os limites de financiamento por agricultor. Há quem duvide que o governo será capaz de manter o crescimento do crédito rural que vem aumentando de 20% a 30% ao ano.

O governo já admite que só anunciará em meados de junho, e não em maio, como planejado. O atraso é motivado pela prorrogação das dívidas atuais, o que dificulta a negociação para a obtenção de maior volume que o liberado na safra 2004/05: R$ 39,5 bilhões, dos quais R$ 33,4 bilhões já foram gastos.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) avaliaria hoje os programas de investimento do Plano Safra e, na reunião de maio, os votos referentes ao custeio e comercialização das lavouras. Mas a renegociação da dívida dos produtores atrapalhou o cronograma original: agora, o programa de financiamento deve ser avaliado de uma vez no final de maio, quase um mês de atraso em relação à agenda original. "Fomos atropelados pelos fatos", diz o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, referindo-se à seca que afetou a produção e à queda dos preços das commodities. Segundo o secretário, o grande desafio será levantar recursos para o plantio e comercialização, ao mesmo tempo que renegocia as dívidas.

O novo Plano não deve ter grandes mudanças em relação ao anterior. Wedekin diz que ainda não se discute juros - a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou a redução das taxas para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), que variam de 9,75% a 12,75% ao ano, para 8,75% ao ano. "É mais importante ter recursos a juros controlados. Dinheiro a juros livres não falta", diz Getúlio Pernambuco, chefe do Departamento Econômico da CNA.

Wedekin diz também o pedido de elevação dos limites de crédito não deverá ser atendido. "Se temos dificuldades em obter recursos, maior ainda será elevar o limite. O produtor terá de complementar com os novos mecanismos privados", diz Wedekin, referindo-se a instrumentos como os títulos agropecuários. Mas Pernambuco acha que levará ainda muito tempo até que os novos instrumentos surtam efeito. "Se o custo de produção aumentou, seria justo elevar o limite para que o produtor plante pelo menos a mesma área", avalia Glauco Carvalho, economista da MB Associados.

Uma das novidades será a criação de uma linha de crédito para as agroindústrias. Atualmente, essas empresas podem obter recursos com juros variáveis enquanto todos os programas de investimento têm juros fixos. Nesta safra, as agroindústrias receberam R$ 1,2 bilhão.

O CMN avalia hoje três votos agrícolas: a prorrogação da dívida do cacau, a incorporação do Proger Rural no total de débitos prolongados (cerca de R$ 491 milhões) e a liberação de recursos para as cooperativasorrogarem as dívidas dos agricultores com seus fornecedores.

Fonte: Agrolink

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