Não existe nenhuma obrigatoriedade de criar uma rotina para o bebê. Tudo vai depender do seu temperamento, do modo como sua casa funciona e da sua personalidade como mãe (ou pai). Os tipos de rotinas apresentados pelo BabyCenter são filosofias diferentes de criação, e cabe somente a você escolher uma delas ou não adotar nenhuma.

O que são as rotinas mistas

As rotinas mistas combinam elementos das rotinas definidas pelos pais e das definidas pelo bebê. Nesse método, você cria um horário para dar de mamar, brincar, colocar o bebê para dormir e assim por diante, e, de maneira geral, segue uma rotina bem semelhante todos os dias (bem diferente das rotinas definidas pelo bebê, onde você responde sempre aos sinais dele).

Ao mesmo tempo, comparadas às rotinas definidas pelos pais, as rotinas mistas são mais flexíveis e sugerem que os pais observem o bebê para decidir o que fazer. Se o bebê não parece estar cansado, por exemplo, a soneca pode ficar para depois, e o almoço pode atrasar um pouco se a ida ao shopping tiver demorado demais.

Qual é a lógica por trás das rotinas mistas?

Os que apoiam esse método dizem que as rotinas mistas proporcionam a constância de que o bebê e seus pais precisam, sem os exageros das rotinas definidas pelos pais, onde tudo é cronometrado em questão de minutos.

Uma das defensoras mais famosas desse método é a "encantadora de bebês" Tracy Hogg, e as "supernannies": Jo Frost (a original), e Cris Poli (a brasileira). Elas salientam a importância de o bebê ter uma rotina, mas sem aquela coisa de "ter que dormir sempre no mesmo horário, no mesmo lugar, todos os dias".

Jo Frost sugere que os pais estabeleçam horários básicos, que serão adaptados à medida que o bebê vai crescendo. Os pais devem "estabelecer as regras criando uma rotina saudável para o bebê que inclua horários para ficar acordado, brincar, dormir e interagir; e também lidando com o choro do bebê de forma eficiente", escreve ela.

Frost recomenda começar dando de mamar ao bebê em livre demanda, e a partir de mais ou menos 4 semanas passar a dar o peito a cada duas a quatro horas. Para determinar os horários, diz ela, observe os hábitos do bebê, lembrando sempre que uma doença, um dentinho que está nascendo, uma surto de crescimento ou uma viagem podem alterar a rotina do bebê e até mudá-la completamente. Nesse caso, "faça o melhor que puder e restabeleça a rotina o mais rápido possível", aconselha ela.

Como estabelecer uma rotina mista

Os pais que estão tentando fazer o bebê entrar em uma rotina e preferem um método nem muito rígido nem muito solto normalmente se inspiram em várias fontes, como a experiência de amigos e familiares, além de livros de "gurus", para criar sua própria versão.

Tracy Hogg, a encantadora de bebês (que morreu em 2004), descreve técnicas que são um meio termo entre as rotinas definidas pelos pais e as definidas pelo bebê. Em seu livro "Segredos de uma encantadora de bebês", ela incentiva os pais a manter uma rotina constante, mas não necessariamente igual, todos os dias. A rotina que Hogg propõe -- alimentação, atividade e sono (sempre nessa ordem) -- foi criada com o objetivo de ao mesmo tempo manter o bebê satisfeito e deixar tempo livre para os pais.

Vantagens das rotinas mistas

Os fãs desse método intermediário garantem que ele incorpora os melhores aspectos dos outros tipos de rotinas: cria horários estruturados e previsíveis, mas permite flexibilidade. O bebê aprende que certas coisas acontecem mais ou menos na mesma hora todos os dias, mas não fica completamente desnorteado quando, por algum, os planos mudam.

Esse tipo de rotina costuma ser a preferida de quem tem filhos mais velhos e quer uma rotina mais ou menos flexível, que se encaixe com as necessidades de todos. As rotinas mistas muitas vezes são o meio-termo ideal para os pais que tentaram seguir rotinas fixas, definidas por eles, e acabaram relaxando, ou que começaram tentando as rotinas que seguem os sinais do bebê, mas se incomodaram com a inconstância e sentiram falta de mais "regras".

Desvantagens das rotinas mistas

Como a rotina do bebê não fica totalmente determinada -- nem pelos sinais do bebê, nem pelo relógio --, é possível que os pais acabem ficando com mais dúvidas, sem ter um referencial fixo para se apoiar.

Imagine, por exemplo, que você coloque seu filho de 7 meses no berço no horário de sempre para a soneca da tarde, mas ele só chora e grita por 15 minutos. Você conclui que não vale a pena continuar insistindo e o tira do berço. Mas, na hora do banho, ele está caindo de sono e acaba adormecendo, e toma banho duas horas mais tarde que o normal. No dia seguinte acontece o mesmo, e surge a dúvida: será que é preciso mudar os horários?