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Filha faz homenagem ao seu pai Nene Barbeiro

Redação - 02 de dezembro de 2016 - 15:42

No dia 27/11/2016, meu pai, Epaminondas Pereira Silva (Nenê Barbeiro) fez sua última viagem, se bem que ele não gostava de viajar. Para ir passar o natal na casa de minha irmã, em 2014, tivemos que aprontar uma artimanha. Almoçar na casa do Caxim, nem pensar, minha mãe ia conosco e ele ficava. Foi uma única vez, quando já estava vivendo os últimos meses de vida. Dois dias depois foi para a casa de minha irmã e só voltou no carro da funerária. Que triste, meu querido pai.

Conhecer meu pai, Cassilândia inteira conhecia, não era homem de muita conversa, sério, convicto em suas opiniões, homem de família. Não bebia, não fumava. Amava os netos, estes eram o que de mais caro, importante e essencial havia na face da terra para ele, e o os netos correspondiam à altura.
Meu pai foi um doa fundadores de Cassilândia, seu nome ficará nos anais da história. Apesar de seu tipão sério, meio caladão conquistou muitos amigos e com minha mãe muitos afilhados. Quase toda cidade era comadre e comadre dos dois. Mas o homem que viveu caladão morreu calado. Seu velório e sepultamento foram literalmente em um silêncio sepulcral.

Pai, vou incluir aqui o que escrevi no momento em que, como pássaro enroscado no espinheiro que se debate para escapar, mas quanto mais se debate, mais fundo o espinho adentra em seu coração e o sangue jorra vermelho e ele inicia seu canto o mais belo canto jamais ouvido. Creio que esse pássaro sou eu, pois as lembranças e a saudade que sinto do MEU PAI dói, uma dor funda, profunda e não posso evitar as lágrimas, lagrimas de sangue.

Não penso.

Sem pleonasmos. Meu pai morreu.

O dia não veio, a noite continuou. O sol entristecido não raiou.

As nuvens nem se moviam, parecia que reverenciavam aquele q tão bem as decifravam. E a viagem foi longa.

Chegamos. Tantos amigos, poucos compareceram. Era domingo. Como ele mesmo dizia "domingo é dia muito ruim". è verdade meu querido pai, você não foi obrigado a viver mais um domingo, você se foi. Você morreu num domingo. Eu compartilhava com você o desgosto pelos domingos, creio que terei que suportar mais alguns "domingos".
Foi tão bom ser sua filha, pai. Eu me sentia tão segura e protegida quando você pegava minha mãzinha e dizia "vamos em tal lugar com o papai", e quando eu pedi tanto um dicionário e ao completar dez anos o Sr. me deu um compêndio com três enormes livros e disse "todas as noites vais me dar conta dos sinônimos de dez palavras" e assim foi até o fim dos três livros e recebi o apelido de dicionário ambulante. Obrigada, pai, por isso e por muito mais. O Sr. foi e será sempre o referencial de honestidade, honra e caráter. Pai, que saudade! ATÉ BREVE. LOGO NOS REENCONTRAREMOS!!!!

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