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Fibra poderá substituir glúten para portadores da doença

Agência Brasil/Carolina Monteiro - 27 de janeiro de 2007 - 12:52

A informação “contém glúten” na embalagem de diversos produtos derivados do trigo, aveia, cevada e centeio não é despropositada. Cerca de 300 mil brasileiros são portadores da doença celíaca, que é a intolerância ao glúten.

A nutricionista Renata Puppin Zandonadi, da Universidade de Brasília, descobriu que uma fibra chamada Psyllium, utilizada na regulação intestinal e no controle de diabetes e colesterol, que pode ser acrescentada a produtos feitos sem o glúten.

“Preparamos receitas de pão, bolo, pizza e macarrão que ficaram com o mesmo sabor dos alimentos à base de farinha de trigo”, diz Zandonadi. “Nós desenvolvemos cinco produtos: pão, macarrão, massa para pizza e biscoito. Depois fizemos análises sensoriais em 35 portadores da doença celíaca e 35 indivíduos não-portadores, que não sentiram a diferença entre os produtos originais e os modificados”.

A fibra, entretanto, ainda não está disponível nos mercados. Só é encontrada em farmácias de manipulação e alopáticos, mas quando chegar às prateleiras vai poder ser acrescentada a produtos feitos sem glúten, aumentando o cardápio dos portadores da doença.

A fração tóxica do glúten é a gliadina. Essa substância afeta o intestino delgado, cujas paredes internas são rugosas. O glúten deixa as paredes do intestino dos portadores da doença praticamente lisas, causando desnutrição, anemia, desânimo, diarréia crônica, e até déficit de crescimento.

Muitas vezes, o paciente convive anos com o problema sem saber. A longo prazo, a doença provoca conseqüências mais graves, como distúrbio do equilíbrio, epilepsia, infertilidade, abortos repetitivos, repercussões reumáticas e osteoporose em adultos jovens. Sem tratamento, os pacientes também têm mais predisposição a cânceres como linfoma e carcinoma.

A professora Patrícia Alvino, entretanto, descobriu a doença do filho cedo. “Descobri que o meu filho tinha doença quando ele tinha 3 anos. Ele apresentou desmaios e quando levamos ao hospital pedimos ajuda a um neurologista que estava justamente pesquisando a doença celíaca. Caiu como uma luva. O Pedro fez o teste e deu positivo. No início do tratamento ele tomava remédio controlado, com a dieta ele ficou livre da medicação."

A Associação dos Celíacos do Brasil (Acelbra) leva informação para os celíacos e suas famílias. Entre as conquistas da organização está a lei que obrigado os rótulos a identificarem a presença de glúten. O próximo passo será o acesso gratuito para famílias carentes dos produtos sem glúten, que são mais caros que os tradicionais.

O presidente da Acelbra, Paulo Silva, diz que “no Rio de Janeiro já foi aprovada uma lei que garante uma cesta-básica para celíacos que não têm dinheiro para comprar o produto. Nós estamos com um projeto de lei, aqui para o Distrito Federal e esperamos mobilizar a sociedade e os deputados para que seja aprovado”.

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