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FHC diz o que pensa ao conceder entrevista. Confira

Ana Carolina Alves/Firstcom Comunicação - 22 de abril de 2004 - 14:11

Em uma longa entrevista exclusiva de 50 minutos, a primeira concedida para TV brasileira depois do término de seu mandato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez declarações bombásticas sobre o cenário político e econômico do País. A entrevista dada ao jornalista João Doria Jr. durante o Fórum Empresarial, realizado na semana passada na Ilha de Comandatuba, irá ao ar neste domingo, 25 de abril, às 22h00, no programa Show Business pela RedeTV!.



Bem-humorado na maior parte da entrevista, FHC preservou a figura do presidente Lula, mas não poupou críticas ao Governo. FHC reconheceu que o Ministério da Fazenda soube conduzir a economia brasileira com responsabilidade. Quanto à possibilidade de disputar novamente a Presidência, Fernando Henrique foi enfático: “Não cogito um terceiro mandato”.



Confira os principais trechos da entrevista do ex-presidente Fernando Henrique concedida a João Doria Jr.:



O GOVERNO LULA


“Não tem herança maldita. Se fosse maldita estariam mudando tudo. Não estão mudando nada”.



“O lado positivo do presidente Lula foi consolidar o que estava vindo”.



“Nossa relação pessoal é boa. Fomos competidores diretos duas vezes e nunca nos agredimos pessoalmente. Não é o estilo dele. Nem o meu”.



“Uma característica positiva do Governo Lula é o sentido de responsabilidade na gerência da situação econômica brasileira”.



“Uma negativa é emitir sinais trocados. Ao mesmo tempo em que faz isso, faz o contrário. Aumenta mais a taxa de juros no BNDES para os estrangeiros do que para os nacionais. O governo parece que está meio desencontrado dentro dele próprio. Porque eles não estão fazendo muito com convicção. A pregação de 20 anos era outra. A cúpula entendeu, mas a base não. Então tem ministro que não concorda, tem militante que não concorda, tem deputado que não concorda”.



“Não entendi porque foi feita uma aliança tão grande no Congresso. Eu fiz. Mas porque eu fiz? Porque eu queria mudar a Constituição. Mudei mais de 20 vezes. Foi um processo difícil. Agora, quando o governo do presidente Lula quis mudar, nós votamos a favor. Ele não precisa de tantos aliados que custam tão caro. Acho que fez uma aliança grande e não vejo a utilidade dela”.



“O governo está substituindo quadros técnicos por quadros partidários. Até mesmo em setores que eu acho que não se deveria, como nos setores mais econômicos. E isso tem efeito de longo prazo. Diminui a eficiência da máquina administrativa”.



“Não é a política financeira e monetária que me parece o que tenha produzido preocupação. A crítica, a meu ver, é que se o mundo está favorável, temos que criar condições favoráveis ao investimento; é confiança. O problema não é do setor financeiro nem do Ministério da Fazenda. É o conjunto do governo que gera sinais desencontrados e que gera desconfiança”.





CASO WALDOMIRO


“O caso Waldomiro minou a aura de que o PT não tem mácula. O que minou foi a sensação que passou de que estão querendo esconder. Não quiseram a CPI. No meu governo foram realizadas várias CPIs. O que ficou mal foi a idéia de que não pode chamar um Ministro ao Senado. Passa a sensação que quer esconder algo. Não deixaram investigar. Os mais responsáveis não foram ouvidos. Cadê a democracia?”





ITAMAR FRANCO


“Fui colega do Itamar no Senado. Ele era dificílimo. Tinha posições muito próprias. Foi a vida inteira assim. Ele me fez Ministro da Fazenda. Devo muito a ele. Depois ele virou governador e ficou muito irritado porque queria ser candidato a presidente, mas o PMDB me apoiou. Nunca respondi porque o respeito. Ele é muito peculiar. Não é um homem de partido. É isolado. O Itamar tem méritos. Se não tivesse criado espaço eu não teria avançado. O Itamar é uma pessoa simples. Não gosta dos ornamentos do poder. Tem um lado popular que não é falso. É autêntico”.



TERCEIRO MANDATO


“Eu não acho que seja o caso. Não pense que estou fugindo desta idéia. Porque não estou dizendo não ou sim? Porque acho que em política nessas questões você é pego pelo pé depois. Com isso não posso dizer que vá acontecer algo que me leve a aceitar. Não acho que seria bom nem para mim nem para o país porque para eu aceitar é porque está muito complicada a situação e não tem outro. Não quero a crise para o Brasil. Não creio que se vá criar condições que me leve a refletir se aceito ou não aceito. Acho que não é normal que eu vá de novo me candidatar. Não é normal um terceiro mandato. É boa a renovação. Faz parte do processo democrático. Então não acho que faça parte do processo democrático repetir sempre os mesmos. Seria um sinal não positivo do ponto de vista do avanço da democracia brasileira. Não cogito um terceiro mandato”.



“Acho muito bom que o partido (PSDB) tenha quatro bons candidatos (Serra, Tasso Jereissati, Aécio Neves e Geraldo Alckmin). Mostra a força do PSDB. Qual dos quatro será o candidato não vai depender de mim, mas do que aconteça nos próximos dois anos. Temos que ter espírito aberto. O que somar mais vou apoiar”.



ENTREVISTA EXCLUSIVA COM FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PARA O JORNALISTA JOÃO DORIA JR.

PROGRAMA: SHOW BUNINESS

CANAL: REDE TV!

QUANDO: DOMINGO, 25 DE ABRIL DE 2004

HORÁRIO: 22H00


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