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Ferrovia TransAmericana deve transportar cargas a curta distância

Correio do Estado - 18 de junho de 2018 - 09:40

Sem um produto que tenha volume suficiente para garantir sua viabilidade, a Ferrovia TransAmericana deve operar com transporte de cargas a curta distância, de forma a garantir volume de mercadorias. A proposta é diferente de outras malhas do Brasil, que operam com produtos específicos e carregamento de longa distância.

A TransAmericana irá conectar o oceano Pacífico ao Atlântico, desde Ilo, no Peru, até o Porto de Santos, passando pela Bolívia e cruzando Mato Grosso do Sul, pelos municípios de Corumbá, Campo Grande, Ponta Porã e Três Lagoas.

A ferrovia vai utilizar os 1.973 quilômetros administrados pela Rumo Malha Oeste, que precisam de investimentos para serem recuperados e atender a demanda de produtos esperada. Esta necessidade é apontada pelo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentado na semana passada, no qual é apontada a existência de gargalos na malha ferroviária, que congelam “a capacidade de transporte das ferrovias do País”.

O estudo também indica que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve cobrar investimentos das concessionárias e viabilizar condições para que tais empresas consigam estes investimentos, por meio de linhas de crédito específicas, além de “definir, com clareza, os mecanismos necessários para viabilizar o financiamento de investimentos não previstos no momento de prorrogação do contrato”.

O projeto da Ferrovia TransAmericana é encabeçado pela Rumo, junto com a Ferrovia Oriental e Andina, o Hub Intermodal de Três Lagoas e a Transfesa, com apoio do governo do Estado.

Potencialidades
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, confirmou ao Correio do Estado que a TransAmericana realmente terá novo conceito, dentro do projeto que foi desenhado pelo Governo estadual com a Rumo, Ministério dos Transportes e com acordo assinado com a Alemanha para, conforme os planos do Estado, ser levado em PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).

“Essa não é uma ferrovia, diferentemente do que se pensa no Brasil em termos de ferrovia, como a Ferronorte, que funciona muito bem e sai de Rondonópolis (MT) para Santos (SP). Vai ser uma ferrovia de carga geral. Não vai pegar uma carga em Santos e levar até o Pacífico. Ela vai de Santos a Bauru (SP), de Bauru até Três Lagoas (MS), de Três Lagoas pega uma outra carga, depois volta para Bauru e dali para a Bolívia. O conceito que ela vai desenvolver é outro, porque nós não temos nenhum outro produto que tenha volume suficiente para viabilizar. Ela vai ser longa, mas vai ter uma série de ações”, explicou.

O secretário cita como exemplo de possíveis clientes atendidos pelo modal o complexo de soja recém-inaugurado da americana ADM, em Campo Grande, que trabalha com a proteina texturizada de soja. “É uma carga que pode ser colocada em contêiner e transportada, por exemplo, para a Ásia. Esse é o conceito da ferrovia. É demorado? Sim, mas também envolve os terminais de transbordo. Por isso estamos desenvolvendo o porto seco de Três Lagoas, aqui em Campo Grande também está bem avançado o processo para trazer um centro de distribuição de ureia boliviana, que hoje vem por caminhão”, informou.

Rila
O projeto da TransAmericana faz parte da Rota Integrada Latino-Americana (Rila). No traçado atual, essa rota é formada pelo itinerário Santos-Corumbá, Corumbá-Santa Cruz de La Sierra, Santa Cruz e Cochabamba, pegando um trevo de 100 quilômetros.

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