No mesmo dia em que foi expulso de campo por ter pisado no meio-campista holandês Robben, Felipe Melo pediu desculpas à torcida brasileira. Mas não pelo cartão vermelho, que em sua opinião havia partido de uma interpretação rude do árbitro. Pouco mais de uma semana depois, o volante admitiu a entrada exagerada no adversário, mas não aceitou o rótulo de vilão pela eliminação precoce da seleção.

A falta forte, segundo ele, foi ocasionada pelo momento de desespero no jogo - o Brasil já perdia por 2 a 1 e não encontrava saídas para chegar ao empate. "Tenho experiência muito grande. Se fosse uma entrada para quebrar o Robben, ele não voltaria para o jogo. Tenho malícia, todo jogador sabe como tirar o outro de campo", justificou-se o jogador, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo.

O lance em questão não foi o único em que Felipe Melo recebeu críticas naquela partida. O gol de empate da Holanda partiu de um desentendimento seu com o goleiro Júlio César após cruzamento de Sneijder. Para o brasileiro, a bola Jabulani e o barulho das vuvuzelas, elementos bastante criticados na Copa do Mundo, influenciaram. Apesar das falhas, ele entende que não é vilão da eliminação do Brasil.

"De forma alguma eu sou vilão, de forma alguma eu temo ser vilão. Parece que tudo o que o Felipe Melo faz é errado. As coisas boas, as pessoas esquecem. O primeiro gol contra a Coreia (do Norte), quem começou a jogada fui eu. No primeiro gol contra a Holanda, dei passe para o Robinho, que me ajudou com um movimento fantástico. Tudo o que eu fiz não pode ser apagado por um cartão vermelho", advertiu.

Curtindo férias em Paraty, cidade do litoral do Rio de Janeiro, onde garante que tem sido recebido com muito carinho nas ruas, o volante ainda declarou que sua história na seleção brasileira não acabou. Ele espera fazer uma boa temporada pela Juventus para continuar sendo convocado pelo próximo treinador. Aos 27 anos, ressaltou também que quer estar presente na equipe que disputará a Copa de 2014.