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Federação registrou 30 agressões contra profissionais

Érica Santana/ABr - 12 de julho de 2006 - 07:25

A Comissão de Direitos Humanos da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou, só no primeiro semestre deste ano, 30 casos de agressões contra jornalistas e profissionais da comunicação social.

Segundo informou a coordenadora da comissão, Carmem Lúcia Souza, a previsão é que o número de casos deste ano ultrapasse os registrados no ano passado. O relatório de 2005 sobre violência e liberdade de imprensa divulgado em março deste ano pela Fenaj registrou 67 casos de atentados à liberdade de imprensa.

“Mostramos nesse relatório que a maior parte dos casos de violência aos trabalhadores de comunicação, principalmente a jornalistas, diz respeito àqueles que estão envolvidos em investigações ou estavam trabalhando em reportagens que denunciavam casos de corrupção, nepotismo ou tráfico de drogas, o que mostra que há uma tentativa de calar os jornalistas no Brasil”, diz.

De acordo com Carmem Lúcia, a maior parte desses 67 casos são de agressão física e verbal. Em segundo lugar estão os casos de assédio judicial, onde se tenta impedir a veiculação da informação por meios jurídicos. A coordenadora da comissão diz que a maioria deles se trata de censura prévia.

Dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos divulgados na semana passada apontam que, no Brasil, durante os meses de abril a junho, foram registrados dois de agressões, um de assassinato e dois de processos judiciais e administrativos.

Segundo o relatório, no dia 28 de abril, o jornalista Ayrton Ferreira Précoma foi assassinado por desconhecidos em Curitiba, e no dia 18 de maio, três homens armados atacaram vários empregados do jornal “Tribuna Livre” de São Paulo e ordenaram que eles parassem de publicar noticias relacionadas à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Carmem Lúcia acredita que a denúncia é o principal instrumento no combate à violência contra jornalistas e comunicadores sociais. Para ela, “também deve haver o engajamento da categoria, dos sindicatos e também uma troca de experiência e interação maior com entidades de direitos humanos”. Só assim, diz, os comunicadores terão “força para mostrar ao poder público que essa é uma situação grave no país – em tese, democrático – em que vivemos”.

Atualmente, o Brasil ocupa a 63ª posição na Classificação Mundial de Liberdade de Imprensa no ranking da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras, três lugares acima da posição que ocupava em 2004. Desde que a classificação foi criada, a posição brasileira tem variado. A de 2002, primeiro ano do balanço, o Brasil chegou ao 54º lugar. Já em 2003, caiu para a 71ª colocação.

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