Aos 90 anos, o ex-governador Wilson Barbosa Martins constata: fazer política está mais fácil. “O PMDB vive o momento mais fecundo de realizações, trazendo recursos pra Mato Grosso do Sul. Hoje, a visão que se tem da política é mais ampla. Quando surgiu o MDB era difícil, havia prisões e cassação de mandato”, salienta Wilson Martins, que governou o Estado por duas vezes (1983 a 1986 e 1994 a 1998).

Neste sábado - quando uma homenagem na Câmara Municipal lembrou os 25 anos da posse como governador - Wilson Martins se mostrou adaptado aos novos tempos. Termos em voga no cenário político, como compatibilizar, saltam de seu discurso quando o assunto é a aproximação entre PT e PMDB, tradicionais rivais políticos no Estado. “A política é a arte de bem administrar a coisa pública. Você tem que compatibilizar o seu partido com aqueles que governam para facilitar a gestão pública e trazer benefícios para a população. Não adianta ficar esmurrando”, apontou durante entrevista entrecortada por cumprimentos, abraços e pedidos de fotos.

Sobre a política local, o ex-governador destaca que Mato Grosso do Sul viverá seus anos dourados sob a administração de André Puccinelli. Ao receber os cumprimentos de André Puccinelli Júnior, representando o governador que está no interior do Estado, Wilson afirmou que o atual governador é um lutador. Além de Puccinelli, a homenagem foi marcada pela ausência de outras lideranças do partido, como o presidente regional do PMDB, Waldemir Moka, e o prefeito Nelson Trad Filho, que não havia comparecido até às 11h.

Ao analisar a situação do país, o ex-governador aponta que o período é bom. Porém, ressalta que é preciso que o governo federal dê apoio aos Estados para que eles paguem a dívida com a União. “É preciso que a União afrouxe as amarras e deixe o Estado pagar tranqüilamente o endividamento que eu fiz e outros fizeram”.

O governo do presidente Lula também recebeu boa avaliação. “Como a situação do país é muito boa, acho que o governo Lula está atendendo bem à população”, reforça Wilson Barbosa, que aprovou iniciativas como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e os programas sociais.

Prefeita – O PMDB também comemorou hoje os 25 anos da posse da primeira prefeita de Campo Grande, Nelly Bacha. Ela conta que se deparou com um cenário caótico ao receber a administração municipal em 1983: quatro folhas de salário atrasadas e Santa Casa fechada. “Meu desafio foi administrar com o coração”. A homenagem teve a participação do secretário estadual de Habitação, Carlos Marun, do senador Valter Pereira e dos deputados estaduais Celina Jallad (filha de Wilson) e Maurício Picarelli.