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Fazer dietas acaba com nossa habilidade de perceber fome e saciedade

Bolsa de Mulher - 17 de dezembro de 2015 - 13:00

Nunca se falou tanto sobre dieta, restrição alimentar e nutrição como agora e, paradoxalmente, o número de pessoas obesas e com sobrepeso no mundo está mais alto do que nunca. Para a nutricionista francesa e brasileira Sophie Deram, Ph.D, especialista em comportamento alimentar e doutora em Endocrinologia, a cultura da dieta é uma das maiores responsáveis por isso.

Segundo explica, a restrição imposta pelo regime, seja de certos grupos alimentares, seja de quantidades, coloca o cérebro sob grande estresse. “Para o cérebro, esse é um estresse muito importante e vai trazer uma adaptação que, na verdade, é uma mudança de expressão de genes no cérebro. O cérebro vai se adaptar e vai fazer tudo para aumentar seu apetite, para fazer você ficar mais obcecado por alimentos, para procurar mais alimentos”, esclareceu a profissional em palestra do evento TED.

Isso ocorre porque, durante toda a evolução do ser humano, a gordura foi associada à sobrevivência, à proteção. Desta forma, o cérebro, que não entende que você está temporariamente de dieta para emagrecer, faz tudo o que pode para contra-atacar essa situação, que ele entende como um sinal de perigo.

Uma vez que o órgão passa a enviar mais e mais sinais de fome, esse sensor fica atrapalhado, o que nos leva a sentir fome o tempo todo e provoca compulsão alimentar e desejo por certos alimentos (especialmente os restritos na dieta). Consequentemente, a saciedade também fica comprometida, já que o sinal de fome aumentou e não é mais possível saber se seu corpo está ou não devidamente nutrido. Assim, você passa a ter medo de sentir fome, pois quase sempre terá o ímpeto de comer mais do que precisa, engordando.

“Estas adaptações permanecem depois que você para a dieta. Uma dieta muito restritiva pode desregular o seu centro da saciedade por um tempo muito prolongado e colocar você num círculo vicioso de efeito sanfona de perda e ganho de peso com a autoestima mais fracassada, mais gordura no corpo e mais apetite”, adverte a especialista em texto publicado em seu site.

Não é preciso comer de 3 em 3 horas

Sophie defende que este é outro hábito que confunde nossos sensores de fome e saciedade. Isso porque você deixa de escutar os sinais naturais do corpo e passa a impor alimentos nos momentos em que você acha necessário, mas que não são, necessariamente, os momentos em que seu corpo quer ser alimentado.

“Nossos avós tinham café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Eles tinham uma vida regrada com horários de rotina e não viviam vigiando o relógio, e sim os sinais de fome que sentiam. Pode ter certeza que não iam passar o horário do almoço sem precisar de um relógio para isso”, exemplifica Sophie.

O ideal, segundo a nutricionista, é treinar-se para comer quando estiver com um pouco de fome, mas não deixar que ela atinja o grau máximo, pois isso também é prejudicial

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