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Família conta aventuras e alegrias de ter 14 cachorros em casa

Saúde Plena - 15 de agosto de 2015 - 12:00

São cerca de 100 quilos de ração por mês — além de muita atenção, carinho e cuidados para distribuir entre os 14 cachorros. Assim é a rotina da advogada Roselani Matos, 32 anos, e do analista de sistemas Carlos Gomes, 40. A quantidade de animais não é um problema para o casal, que organiza o espaço e o tempo para tomar conta de todos os pets.

O dia começa cedo na casa deles, por volta das 6h30. É hora de Carlos acordar, colocar comida para os cachorros e soltá-los do canil no jardim. Não tem fim de semana ou feriado. “A gente acorda nessa hora mesmo sem despertador. Se nós demoramos, eles começam a ficar agitados”, conta. E, todo sábado ou domingo, tem o banho coletivo. “Não é um bichinho de pelúcia, tem que ter toda uma administração doméstica”, acrescenta Roselani. Até o carro deles é adaptado para carregar a turma.

O casal pediu para confeccionarem um equipamento de segurança especial, que pudesse prender pelo menos os oito pugs, os queridinhos da família. E que fique claro: “Quem não botar o cinto não vai!”, avisa Carlos. A saída preferida é ir para encontros da raça em parques. No último encontro, em 26 de julho, os donos aproveitaram para arrecadaram 52kg de ração e doaram para uma ONG de proteção animal, a Projeto Adoção São Francisco.

Os pugs têm certos privilégios — são os únicos que tem acesso ao interior da casa. E, confessam os donos, tem aceso livre à cama deles. “Quando o meu marido chega do trabalho, às vezes, não tem espaço para ele”, brinca Roselani. E não é por causa da quantidade que os cachorros ganham menos atenção. Cada um ganha a devida atenção. “Eu observo muito, se tem algum lugar coçando, se o olhinho está lacrimejando, se tem alguma mudança de personalidade”, afirma a dona.

Os nomes da turma são puro glamour, a maioria inspirados em divas pop. Os pugs são Adele, Beyoncé, Rihanna, Talia, Ozzy, Teodoro, Beto e Faruk. Há também a dogo argentina Shakira, quatro vira-latas de médio porte, Britney, Lady Gaga, Tina e Budy, e a fila Madonna, que foi o primeiro pet do casal, em 2010. Antes, Madonna também podia entrar em casa, mas, quando cresceu o suficiente para ocupar o sofá inteiro, perdeu espaço para os cães menores.

A parte negativa? “Limpar cocô é horrível”, admite Carlos, rindo. Eventualmente, eles também precisam lidar com algum móvel roído ou xixi no lugar errado. “A gente troca o sofá bastante. É bom porque muda a casa”, brinca Roselani. Também é importante cuidar da administração financeira. O maior gasto deles é com ração, cerca de R$ 700 por mês e com a renovação das vacinas no início do ano, aproximadamente R$ 1.800. Para controlar a natalidade, os machos foram castrados, com exceção de um dos pugs. Na época do cio, ele é separado das fêmeas. A cirurgia também serviu para evitar disputas por domínio e reduzir brigas.

O casal garante que vale a pena manter vários animais. “Cachorro só traz boas pessoas para a nossa vida.
Dizem que Brasília é um lugar meio frio, mas basta arrumar um cachorro que isso muda. É uma forma de criar afinidade, trocar experiências com quem gosta de bicho”, opina Roselani. Ela também considera que os pets são bons para as crianças. O casal tem dois filhos gêmeos, João Vítor e Vinícius, de 7 anos, que geralmente têm a companhia do afilhado, Adriano Matos, de 8. “Faz bem essa interação. A criançada é muito imaginativa, faz os cachorros de personagens das brincadeiras”, conta Roselani.

Roselani conta que partiu dela iniciativa ter vários cachorros. Desde pequena, sempre estive rodeada de animais. “O meu pai vai fazer churrasco e acaba deixando metade da carne para os cachorros. E a minha mãe costuma adotar animais abandonados ou com dificuldades, atropelados. Ela tem até um salsichinha cadeirante”, descreve. “Quando você é criado assim, não vê muita dificuldade”, opina. A família está completa, mas há espaço para mais um. Será que eles vão resistir à fofura da próxima ninhada dos pugs?

Cuidados
Para ter vários animais, são necessárias algumas precauções. A principal delas é a correta imunização. “Você pode ter quantos cachorros quiser, desde que sejam bem cuidados e estejam com as vacinas atualizadas. Os cuidados básicos são de vermifugação, vacinação e alimentação”, enumera a veterinária Maria de Fátima Coelho. Outro conselho é a castração, o que reduz disputas por território e, consequentemente, brigas.

A veterinária Lorena Figueiredo recomenda que o macho passe pelo processo antes da maturidade sexual. Se o procedimento for feito mais cedo, aumentam as chances de diminuir a valentia do cão. No entanto, Lorena destaca que a agressividade pode estar ligada, principalmente, a questões ambientais, como o nível de estresse do animal.

A veterinária Maria de Fátima também destaca outro aspecto: “Animal não é nada barato, tem que ter todos cuidados.” E o ambiente onde os pets ficam deve estar sempre limpo. “Eu acredito que a higienização precisa ser redobrada [quando se tem muitos animais]”, afirma a veterinária Lorena Figueiredo. E a assepsia não é apenas do local, mas também dos próprios pets. A especialista indica um banho a cada 15 dias para os cachorros e um por mês para gatos.

No caso de pets resgatados, a veterinária indica levá-los imediatamente até uma clínica para tomar vacinas e fazer exames. “Não sabemos dizer o estado de saúde de um animal de rua, ele poderia levar algumas doenças para a casa. O adequado é pegá-lo com luvas e pedir avaliação de um veterinário”, acrescenta Lorena.

Para ela, a desvantagem de ter vários animais é que fica mais difícil identificar se eles têm alguma doença. “É preciso tempo para se dedicar e ter um espaço limpo, com animais atendidos por veterinários”, afirma Lorena. A especialista também diz que é importante ter um ambiente adequado para as características de cada cachorro.

“Têm cães mais ativos, outros mais tranquilos, depende do porte da raça, do temperamento. Alguns precisam de mais espaço e ficam bem em um quintal. Já os pequenos exigem mais atenção e podem ter problemas se ficarem sozinhos no fundo da casa”, aponta Lorena. “Não é apenas água e comida, tem que ter carinho, atenção.”

De modo geral, a convivência com outros animais traz vantagens. “Hoje em dia, as pessoas não têm muito tempo para dedicar ao cachorro. Com um companheiro, ele consegue extravasar isso melhor, ficar menos ansioso e ter menos desvios comportamentais, como latidos e destruição de objetos”, afirma Lorena.

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