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Falta de sinalização mata quatro antas por mês em rodovias do Estado

Campo Grande News - 03 de junho de 2016 - 16:30

Foto: Incab
Foto: Incab

Em sete trechos de estradas de Mato Grosso do Sul quatro antas são atropeladas por mês, em média. A estatística é da pesquisa realizada pela Incab (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira) e Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), que monitorou seis rodovias durante três anos.

O levantamento revela que durante o período, 117 antas foram mortas vítimas de atropelamento nas rodovias BR-267, BR-163, MS-040, MS-145, MS-134 e dois trechos da BR-262. Além da falta de sinalização, orientando os motoristas da possibilidade de animais na pista, o mato alto às margens da BR também dificultam a visualização das antas ao atravessar as estradas.

De acordo com a coordenadora da Icab/Ipê, Patrícia Medici, o número pode ser muito maior, já que outras mortes devem ter ocorridos, sem o conhecimento do instituto, além das rodovias do Estado serem propícias para o acidente. "São regiões de solo e vegetação com um ambiente muito alterado, além da paisagem por ser cortada por rodovias muito movimentadas e totalmente sem sinalização para a presença de animais”, explica.

O objetivo do instituto é de uma rodovia que possa ser trafegada com segurança. “Vamos trabalhar com o Dnit e Seinfra formas para que eles se responsabilizem pelos problemas”, aponta a coordenadora da Icab/Ipê, que acrescenta que medidas como sinalização e limpeza das rodovias já ajudariam no problema.

De acordo com a coordenadora da Icab/Ipê, Patrícia Medici, o número pode ser muito maior, já que outras mortes devem ter ocorridos, sem o conhecimento do instituto (Foto: Incab)De acordo com a coordenadora da Icab/Ipê, Patrícia Medici, o número pode ser muito maior, já que outras mortes devem ter ocorridos, sem o conhecimento do instituto (Foto: Incab)

Os trechos mais críticos, segundo o instituto são entre os km 140 e 160 e km 170 a km 220 da BR-267, além da MS-040. "Há três trechos na rodovia que são críticos, do km 20 ao 40, do km 70 ao km 150, além dos 30 quilômetros de rodovia, que abrange do km 170 ao km 200", reforça.

Por ser um animal com gestação que dura entre de 13 a 14 meses de um único filhote, perder até quatro indivíduos a cada mês coloca este animal em uma situação de alto risco, tanto para a sobrevivência como espécie quanto para a manutenção de florestas.

Patrícia explica que a anta é um dos grandes responsáveis pela formação e manutenção da biodiversidade. “Perder um único indivíduo na natureza significa diminuir consideravelmente as nossas chances de conservar nossas florestas, o que é um risco também para o Cerrado, o bioma mais ameaçado de extinção no Brasil", defende.

Até o momento, o instituto capturou dez antas, sendo cinco machos e cinco fêmeas. Oito adultas que foram equipadas com colar, e duas sub adultas que, por estarem ainda em fase de crescimento, não receberam colar e foram somente amostradas para os estudos de saúde e genética.

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