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Falta de conhecimento sobre exames, afasta homens de consultórios

Alan Diógenes, Campo Grande News - 15 de novembro de 2015 - 10:42

A falta de conhecimento sobre como os exames são feitos, faz com que homens deixem de ir ao médico regularmente para se prevenir contra doenças, entre elas, hipertensão, diabetes, tabagismo, câncer de próstata, esôfago e pulmão. Por isso foi criado o Novembro Azul, mês voltado às ações políticas e sociais para evidenciar que o homem também precisa cuidar da saúde.

Campo Grande, por exemplo, é pioneira em ter um local específico para atendimento a essa parcela da população; o Centro de Referência da Saúde do Homem, no Bairro Coronel Antonino. Por lá são feitas 1,2 mil consultas por mês e 13,4 mil procedimentos como: atendimento de urologia, pequenas cirurgias e vasectomia.

O centro que conta com seis urologistas, psicólogos e enfermeiros, por exemplo, também atende os municípios da macro-região, ou seja, cidades distantes de Corumbá, Dourados e Três Lagoas. “A procura está sendo grande porque os usuários estão saindo dos planos particulares de saúde, por conta do alto valor, e vindo para o SUS (Sistema Único de Saúde)”, explicou a gerente da unidade Eliane Wondrecek.

Eliane explicou que o preconceito dos homens em relação aos exames está diminuindo, mas ainda falta conhecimento de como são realizados os procedimentos. Segundo ela, isso ainda afasta os homens dos consultórios médicos.

A preocupação dos especialistas é que as doenças acometidas nos homens são assintomáticas e só os exames podem diagnosticar. “Eles acham que existe apenas o toque retal, mas não, são feitos vários exames utilizando somente o sangue, por exemplo. O toque retal realmente é o mais completo, mas o médico pergunta para a pessoa qual tipo de exame vai optar. Em outros casos, somente o toque retal mesmo para identificar problemas. Mas o homem tem que deixar o machismo de lado e pensar na saúde”, comentou Eliane.

Antes de ir para o Centro de Referência da Saúde do Homem, os pacientes precisam passar pelas UBS (Unidades Básicas de Saúde), que já atenderam 94 mil homens na faixa etária de 20 a 59 anos até o começo deste mês. Se os clínicos gerais observam alguma alteração na saúde destes usuários, os encaminham para o centro.

Já na centro, antes de passar pela consulta, o homem tem acompanhamento com um assistente social. Eliane explicou que desta forma, ele se sente mais a vontade para contar o problema que está passando. “Muitos homens ainda tem dificuldade em verbalizar o problema como: ejaculação precoce, sangramento ao defecar ou urinar, entre outras coisas. A gente conversa, orienta e encaminha ao médico especialista. O homem mais resistente é o que mais tem problema de saúde”, completou.

O administrador de fazenda Gilmar Nantes, 49 anos, dá exemplo. Ele faz exames preventivos a cada dois meses e não deixou de comparecer ao centro para fazer uma ultrassom dos rins. “O pessoal tem que quebrar esse tabu e deixar o preconceito de lado”, salientou.

Apesar da pouca idade, o auxiliar de amoxarifado Vitor de Lima Souza, 19, também compareceu ao centro. “Homem é igual a mulher, se ela se previne, ele também deve se previnir. Tem que pensar que não é porque outro homem vai tocar nele, que ele vai deixar de ser macho. Tem que ir constantemente ao médico”, finalizou.

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