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Exportações de carne bovina devem superar US$ 3 bilhões

CNA - 10 de agosto de 2005 - 14:31

O Brasil vai superar a marca de US$ 3 bilhões em exportações de carne bovina em 2005. A estimativa é do presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, com base nos resultados acumulados entre janeiro e julho.

Nos primeiros sete meses deste ano, o País obteve US$ 1,752 bilhão de receitas com exportações de carne bovina; 33% a mais que o total de US$ 1,313 bilhão em igual período do ano passado. A quantidade exportada atingiu 1,299 milhão de toneladas (pelo conceito de “equivalente-carcaça”), 35% a mais que as 965 mil toneladas dos primeiros sete meses do ano passado. Os dados indicam que o Brasil será, em 2005, pelo terceiro ano consecutivo, o principal exportador mundial de carne bovina, destaca Nogueira. No ano passado, as exportações de carne bovina renderam ao Brasil US$ 2,457 bilhões.

No acumulado em 12 meses, compreendendo o período entre agosto de 2004 e julho de 2005; as exportações brasileiras de carne bovina renderam US$ 2,896 bilhões ao País, 41% a mais que os US$ 2,057 bilhões registrados entre agosto de 2003 e julho de 2004. Em volume, as exportações acumuladas no período de 12 meses encerrado em julho de 2005 somaram 2,188 milhões de toneladas; quantidade 42% superior ao total de 1,539 milhão de toneladas registrado entre agosto de 2003 e julho de 2004.

Dados relativos exclusivamente a julho indicam a exportação de 239 mil toneladas de carne bovina, o que gerou receita de US$ 327,89 milhões; números 46% superiores às remessas de igual mês do ano passado, de 163 mil toneladas, o que representou faturamento de US$ 224,75 milhões. Atualmente, o Brasil exporta carne bovina para mais de 140 países. Os principais destinos das exportações de carne in natura, entre janeiro e julho, foram Rússia (US$ 296 milhões); Egito (US$ 159 milhões) e Reino Unido (US$ 120 milhões). Os maiores compradores de carne industrializada brasileira nos primeiros sete meses de 2005 foram Estados Unidos (US$ 85 milhões); Reino Unido (US$ 75 milhões) e Venezuela (US$ 25 milhões).

Os preços médios de exportação estão estáveis. Dados referentes a julho indicam que o valor médio de negociação foi de US$ 2.166 por tonelada; 1,7% menos que a média de US$ 2.204 por tonelada, em julho do ano passado. Antenor Nogueira avalia que a estabilidade dos preços, em dólares, aliado à desvalorização da moeda norte-americana frente ao real, reduz o faturamento interno, mas não em proporção capaz de gerar tamanha crise no campo. Para o pecuarista, o cenário é de queda do preço recebido pelo boi gordo e aumento dos custos de produção. Conforme estudo da CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o valor pago pelo boi gordo caiu 11,7% no primeiro semestre; enquanto que no mesmo período os custos de produção subiram 5%.

“A queda do dólar não justifica tamanha redução no preço pago pelo boi gordo”, diz Nogueira, alertando que a pecuária de corte vem sofrendo perda de renda desde o segundo semestre de 2003. Sem dinheiro para investir no rebanho e em sua propriedade, o criador de gado está aumentando gradativamente o abate de matrizes, como última alternativa para obter dinheiro. Em 2000, a média de abate de fêmeas era de 26%. O índice caiu para 22,7% em 2001 e depois aumentou ano a ano; chegando a 24% em 2002; 31%; em 2003; 34%, em 2004; e beirando 40%, no primeiro trimestre de 2005. “O aumento do abate de matrizes está diretamente ligado à queda de renda do criador, e compromete a expansão da oferta de carne em médio prazo, pois inevitavelmente haverá redução na oferta de bezerros. Isso vai provocar também falta de investimento em genética, em alimentação e em novas tecnologias.”, explica Nogueira.

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