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Geral

Exemplo: Pais responderão por menores pegos em rave

25 de janeiro de 2011 - 07:04

Os pais de 66 adolescentes que estavam em rave regada à bebida alcoólica em Jaci, São Paulo, no último final de semana, serão investigados pelo Ministério Público por abandono de incapaz e responderão por falta de zelo com os filhos. O promotor da Vara da Infância e Juventude de Mirassol, José Heitor dos Santos, também vai investigar Prefeitura e Conselho Tutelar de Jaci por suposta omissão em relação à festa eletrônica. O evento não tinha alvará do poder público ou da Justiça e há indícios de que as autoridades sabiam da festa.

“Um carro de som circulou pela cidade durante toda a semana e filhos de funcionários públicos estavam na festa”, diz o promotor.
A assessora jurídica do Conselho Tutelar, nega que a entidade soubesse do evento. “Não ficamos sabendo. Temos muito trabalho e não nos atentamos para essa festa”. A reportagem tentou falar com o prefeito, mas ele não foi encontrado.

Além de responder por venda ou fornecimento de bebida a menores de idade, conforme artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os responsáveis pela organização da festa, dez no total, presos no momento do flagrante, serão investigados por tráfico e associação ao tráfico (foram encontrados 40 gramas de cocaína e 12 gramas de maconha na chácara). Também serão processados por permitir a entrada dos adolescentes sem alvará da Justiça.

Segundo o tenente Fábio Henrique Kunii, da Polícia Militar, parte dos menores, todos entre 13 e 17 anos, estava visivelmente sob o efeito do álcool. A maioria deles era de Jaci, mas também havia menores de Mirassol, Neves Paulista, Bady Bassitt e Rio Preto. Segundo informações de alguns deles, o ingresso, que dava direito a cerveja e vodka de graça, custava R$ 15 para mulheres e R$ 20 para homens.

Havia pelo menos mais 240 pessoas, maiores, no recinto. O proprietário alega que o local havia sido alugado para um aniversário. A operação contou com 25 homens da Polícia Militar de Mirassol e Rio Preto, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público de Mirassol. Esta é a terceira vez em três anos que menores são apreendidos em festa com bebida à vontade.

Festa

A rave foi realizada na chácara Bom Jesus, 500 metros antes da entrada de Jaci, na rodovia Antônio Vissoto. Os organizadores da festa foram liberados após pagamento de fiança.

Nenhum dos organizadores tinha passagem pela polícia. Já 50 frequentadores têm antecedentes por furto, roubo ou tráfico de drogas. Uma adolescente de 15 anos disse que não precisou apresentar identidade na entrada. “Tinha bebida à vontade lá, vi um monte de menor bebendo. Droga eu não vi ninguém usando”. A. T., 53, pai de um rapaz de 16 anos, afirmou que vai passar a controlar as saídas do filho. “Ele não dá trabalho, é um filho bom”.


Por Helen Ventura, Diário da Região, de São José do Rio Preto

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