Com a introdução de exames obrigatórios durante o pré-natal, oferecidos pela rede pública desde outubro de 2002, pela primeira vez foi possível verificar o número de gestantes portadoras do vírus HTLV em Mato Grosso do Sul. Atualmente são 50 grávidas com a doença no Estado, que recebem acompanhamento médico principalmente pela possibilidade de transmissão aos bebês. Apesar de não apresentar sintomas na maioria dos casos, o vírus HTLV pode provocar um tipo raro de leucemia e doenças neurológicas graves, que afetam inclusive a capacidade de andar. Não é possível evitar a infecção do feto, mas depois do parto alguns cuidados são tomados para a prevenção. A principal medida é suspender a amamentação, segundo a infectologista Márcia Dal Fabro. “Os bebês que mamam por até três meses têm 27% mais chances de ser contaminada”, explicou a médica. Ela não soube dizer o número de mulheres infectadas que já deu à luz, mas informou que 4 bebês nasceram com a doença. “Todos serão acompanhados para que inicie o tratamento em caso de manifestação de complicações”, garantiu. No Brasil, as estimativas apontam para 2,5 milhões de infectados pelo vírus HTLV. Uma das maiores preocupações, segundo especialistas, é que a transmissão do vírus no país tende a aumentar se campanhas de incentivo à amamentação não forem acompanhadas de orientações sobre o HTLV.