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Ex-presidente do IRB nega pagamento de R$ 400 mil ao PTB

Érica Santana - Agência Brasil - 07 de outubro de 2005 - 06:27

O ex-presidente do Instituto Brasileiro de Resseguros do Brasil (IRB), Lídio Duarte, negou hoje (6) ter pago R$ 400 mil ao PTB, a pedido de Henrique Brandão, dono da corretora de seguros Assurê e amigo do ex-deputado Roberto Jefferson.

Em depoimento na sub-relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, ele repetiu o que já havia dito na Policia Federal: que durante sua gestão, o IRB jamais desembolsou qualquer montante com finalidade política. Lídio Duarte declarou, no entanto, que em 2004 recebeu ligações de Jefferson, com pedidos de ajuda financeira ao PTB, mas que disse ao deputado para procurar os acionistas da empresa, a fim de obter ajuda de forma legal.

Lídio Duarte assumiu a presidência do Instituto de Resseguros do Brasil em março de 2003, por indicação do PTB. Ele permaneceu no cargo até junho deste ano, quando pediu demissão após as denúncias de corrupção no órgão.

O Instituto está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por suspeita de realizar transações fraudulentas, como o pagamento de uma indenização de R$ 15 milhões por roubo de máquinas ocorrido na Companhia de Fiação e Tecido Guaratinguetá, segurado pela Companhia de Seguros Aliança da Bahia. A apólice de seguro no valor de R$ 18,753 milhões foi emitida em dezembro de 2004, com data retroativa a 5 de dezembro de 2003. A Aliança se negou a fazer o pagamento, realizado pelo IRB, que não ouviu previamente a Consultoria Jurídica e, depois de um acordo extrajudicial, arcou com 98,78% do total de R$ 15 milhões. A seguradora pagou 1,22%. Essa negociação ocorreu durante a presidência de Lídio Duarte, que disse desconhecer o pagamento de seguros fraudulentos.

De acordo com o sub-relator da CPMI dos Correios, deputado Carlos Willian (PMDB-MG), o TCU reconhece que a responsabilidade é da diretoria do IRB . "Não existe dúvida sobre essas improbidades dentro do IRB. Nós vamos pedir a indisponibilidade dos bens dos diretores da empresa e fazer uma perícia, porque esse dinheiro tem que ser ressarcido aos cofres públicos. Para isso, também temos que pedir imediatamente, no mínimo, a interdição dessas pessoas que estão dentro desse processo", afirmou o deputado.

O ex-presidente do IRB também informou que se encontrou com o empresário Marcos Valério apenas uma vez, por intermédio do diretor comercial do órgão, Luiz Lucena . "Ele se reuniu com um diretor, que na saída o encaminhou à minha sala, para me apresentar. Foi só uma apresentação formal", explicou Duarte, acrescentando desconhecer o que o empresário fazia lá.

"Acho isso muito estranho, mas nós vamos convocar o diretor que recebeu o empresário", disse o sub-relator.

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