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Ex-juiz de Cassilândia deixa o Judiciário de MS

TJ/MS - 17 de dezembro de 2009 - 09:41

Ele foi aprovado no primeiro concurso realizado pelo novo Estado e dedicou sua vida a fazer justiça. Depois de 30 anos de dedicação, o Des. Ildeu de Souza Campos deixa o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul porque completa 70 anos no dia 26 de dezembro.

Mineiro de Itamarandiba, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1970 e ingressou na magistratura nove anos depois, na Comarca de Cassilândia. Em setembro de 1980 foi promovido para Nova Andradina, onde foi diretor do Fórum por três gestões e juiz eleitoral. Durante o período em que permaneceu naquela comarca, recusou duas promoções para Campo Grande.

Em 1987, foi promovido para a então 5ª Vara Criminal e de Menores da Capital e lutou pela criação da Vara de Menores. Foi o primeiro juiz de menores de Campo Grande, e assim permaneceu por dois anos. Em 1989, passou a atuar na 5ª Vara Cível de onde foi promovido para o Tribunal de Justiça, em março de 2000. Foi membro do TRE por dois anos e respondeu pela vice-presidência do TJMS no biênio 2007/2008.

Questionado sobre como foi fazer parte do Poder Judiciário por 30 anos, ele foi sucinto: “Foi uma experiência muito boa, conquistei muitos amigos e, se inimigos deixei, são inominados, porque quando se julga agradamos alguns e desagradamos outros”, disse, ressaltando que juiz e magistrado devem ter sensibilidade para julgar, “sem isso, seria com um robô”.

Ele resumiu toda sua vida dedicada à magistratura em uma única frase: “Deixo a toga imaculada”.

O Des. Rêmolo Letteriello achou bom e fácil falar sobre Ildeu de Souza Campos. Para falar de quem chamou de extraordinário companheiro, ele citou a dedicação ao trabalho, a capacidade profissional, a serenidade, o equilíbrio do modo de agir como homem e como juiz, que fizeram com que ele se tornasse uma pessoa especial e exemplar, merecendo o respeito, a estima e a admiração dos que com ele se relacionaram.

“Sem embargo da minha suspeição, posso dizer que Ildeu de Souza Campos é um tema precioso que merece ser incluído no rol daqueles a quem este Estado, e particularmente o seu Poder Judiciário, deve uma dívida irresgatável. Com ele também convivi na vida social e posso dizer que, continuamente, mostrou-se modelo de chefe de família, admirável esposo da sempre presente Anelza, pai extremoso dos dedicados Vinícius, Leonardo e Dariane e avô encantado do paparicado João Pedro. Os que ficam prestam a Ildeu, nessa hora de despedida, as homenagens de que nos é credor, pelo seu talento, pela sua bela trajetória de vida e pela sua irradiante amizade que sempre haveremos de cultivar”, disse Rêmolo.

O Des. João Maria Lós foi outro a exaltar as qualidades de Ildeu, a quem conhece há mais de 20 anos e com quem trabalhou em primeiro grau e na justiça eleitoral. “É um amigo espetacular, companheiro para qualquer hora e não falha quando se precisa dele. Competente e muito responsável, é um pai de família exemplar. Vai deixar saudades”, afirmou.

O Des. Elpídio Helvécio Chaves Martins, presidente do TJMS, fez questão de render suas homenagens ao amigo que participa da última sessão do Tribunal Pleno e do Órgão Especial. “Completamos 30 anos de Poder Judiciário neste Estado e o Des. Ildeu assumiu a tarefa de bem distribuir a justiça desde o início, já que foi aprovado no primeiro concurso. A história da justiça sul-mato-grossense mistura-se com a história de vida deste magistrado, homem de bem, pai zeloso, amigo de todas as horas. Ildeu, cumpra seu destino com a certeza que o Judiciário tem com você uma dívida de gratidão pelos anos aqui empenhados”, declarou o presidente.

O que dizer para um amigo tão querido, em uma despedida que ninguém desejou? O Des. Lós sintetizou todo seu sentimento de amizade em uma única frase: “que continue sendo assim para ser feliz”.

O Des. Rêmolo ressaltou que, desligado das lides cotidianas da profissão em razão de aposentadoria por implemento de idade, Ildeu poderá dedicar-se mais ainda aos seus entes queridos dispensando-lhes doses maiores de atenção, afeto, carinho e proteção. “Todos perdem com essa aposentadoria; perde o Poder Judiciário de MS, pois se priva de um grande juiz que, com simplicidade e bom senso, sempre apontou o caminho exato e reto das suas decisões, na busca incessante de dar a cada um o que é seu; perdemos nós, seus pares, pela falta de convivência diuturna, acostumados que fomos a trocar informações e discutir ideias e evoluções do Direito para bem orientar os nossos julgamentos e bem aplicar a justiça; perde, enfim, a magistratura ativa deste Estado, que fica desprovida de um fiel e combativo aliado que, ao lado de outros valorosos magistrados, tanto lutou para alcançar as sonhadas e justas reivindicações da nossa classe”.

O Des. Elpídio despediu-se, questionando o que se poderia dizer e improvisou: “que tenha tanta saudade de nós, como teremos dele; que tenha saúde suficiente para aproveitar essa nova fase de sua vida; que tenha alegria e amor para dividir com seus familiares, mas, acima de tudo, que tenha as bênçãos de Deus para protegê-lo hoje e sempre. Você nos fará muita falta, meu amigo”.

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