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Ex-assessor de Mercadante entregou dinheiro, diz PF

Priscilla Mazenotti /ABr - 28 de novembro de 2006 - 09:39

Brasília - A Polícia Federal (PF) não tem mais dúvidas de que o ex-assessor do senador Aloizio Mercadante, Hamilton Lacerda, foi o responsável pela entrega do dinheiro para a compra do dossiê contra políticos tucanos a Gedimar Passos em um hotel de São Paulo.

“As imagens captadas do Hotel Íbis, as contradições em suas declarações e os relatórios do Núcleo de Inteligência Policial sobre a utilização de um telefone em nome de Ana Paula Cardoso Vieira, demonstram claramente que ele foi a pessoa que entregou, em duas ocasiões, o dinheiro para Gedimar Passos”, afirma o delegado responsável pelas investigações, Diógenes Curado Filho, em relatório entregue ontem (27) à Justiça Federal do Mato Grosso.

Hamilton Lacerda teria usado o telefone celular em nome de Ana Paula para fazer as negociações de venda do dossiê. A quebra de sigilo telefônico mostra que o celular fez e recebeu ligações para os envolvidos nas negociações nas vésperas da entrega do dinheiro.

No relatório, o delegado Diógenes Curado afirma, porém, que é cedo para “tecer considerações sobre as outras pessoas que participaram da trama da compra do dossiê”.

No documento em que pede mais prazo para a conclusão das investigações, o delegado diz ser necessário ouvir os depoimentos do coordenador financeiro da campanha de Aloizio Mercadante para o governo de São Paulo, Giácomo Bacarin, do diretor do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, Paulo Frateschi, e do tesoureiro do partido no estado, Antônio dos Santos.

O delegado ainda espera ouvir o ex-secretário do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas, que teria participado das negociações com a revista Época para a venda da entrevista dos Vedoin, e tomar o depoimento de funcionários da Transbank, empresa de transporte de valores cujo carimbo consta nas notas de reais apreendidas.

O relatório seguiu para o Ministério Público Federal, que vai autorizar a ampliação do prazo para a conclusão das investigações. Até o momento, três pessoas foram indiciadas por participação no caso: o ex-petista Gedimar Passos, por ocultação de documentos, e os donos da casa de câmbio Vicatur, Fernando Ribas e Sirlei da Silva Chaves, por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.

Diligências feitas na Vicatur apontam que a empresa usou laranjas em operações de compra de dólares. Em depoimento à PF, no entanto, os donos da Vicatur negaram que tivessem repassado os dólares à Hamilton Lacerda ou a outros membros do PT.


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