Mesmo com todos os avanços femininos na sociedade, algumas responsabilidades permanecem como exclusivas das mulheres. Evitar uma gravidez indesejada, por exemplo, ainda é visto pela sociedade como uma função feminina. Essa foi a análise da pesquisadora norte-americana Lisa Campo-Engelstein, publicada pela revista \"\"Science Progress\". O estudo ainda atribui esse resultado ao fato de a pílula contraceptiva masculina ainda não ter entrado no mercado. A socióloga especialista em estudos de gênero da Universidade de Brasília, Analia Batista, explica que, no Brasil e no mundo, os homens ainda resistem a idéia de também serem responsáveis pelos filhos.


\"Nem sempre os homens assumem suas responsabilidades e no fundo acreditam que filhos é responsabilidade das mulheres, tanto é que não é raro, no Brasil, as mulheres criarem os filhos sem muito apoio do companheiro ou nenhum apoio do companheiro. Os homens não se sentem responsáveis pelos filhos.\"



Justamente para mudar esse quadro, o Ministério da Saúde tem desenvolvido ações dentro da Política Nacional de Saúde do Homem que buscam aumentar a participação masculina no planejamento familiar. Para se ter uma idéia, entre 2003 e 2009, a quantidade de vasectomias feitas pelo SUS cresceu 79%. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a implementar uma política pública de saúde específica para os homens.

Reportagem, Vanessa Silvestre