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Europeus sanam dúvidas sobre rastreabilidade em MS

Acrissul - 24 de maio de 2005 - 06:52

O sistema de rastreabilidade e condições de funcionamento dos frigoríficos de Mato Grosso do Sul são os principais pontos de interesse do grupo de 26 pecuaristas e empresários do ramo de comércio de carne europeus, especialmente franceses, recebidos na tarde desta segunda-feira, 23 de maio, no auditório da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) pelo presidente da entidade, Laucídio Coelho Neto, presidente da Associação Sul-mato-grossense dos Criadores de Novilho Precoce, Ezequiel do Valle e secretário municipal de Agronegócios e presidente do SRCG (Sindicato Rural de Campo Grande), Rodolfo Vaz de Carvalho.

Laucídio destacou que o rebanho de Mato Grosso do Sul já tem um sistema muito eficiente de rastreabilidade por propriedade, mas a exigência mais recente da Europa é que esta identificação não seja por rebanho mas por animal. “Estamos caminhando pouco a pouco neste sentido do controle individual”, disse.

Laucídio lembrou que a Europa já é hoje a maior cliente de carne de qualidade de Mato Grosso do Sul e que o contato é importante para estabelecer confiança. “É muito melhor ver do que ler um relatório, é isso que eles estão fazendo, estão se aproximando, estamos conversando e temos recebido várias missões como esta”, destacou.

Os europeus conhecerão instalações frigoríficas, a fazenda Sete Estrelas Embriões e a Fazenda São Francisco, localizada na região do Pantanal, além fazenda Cacimba onde há criação de jacaré. O roteiro acaba na sexta-feira, quando, às 17:30 horas, os europeus embarcam para o Rio de Janeiro.

O proprietário da fazenda São Francisco, Roberto Coelho, afirma que há uma curiosidade grande em relação ao sistema de produção brasileiro, considerando que na Europa as propriedades são pequenas e no Brasil são grandes. Além disso, o departamento de agricultura dos estrangeiros exercer uma forte influência no rastreamento do gado e qualidade. “Aqui como são propriedades maiores e o processo de rastreabilidade foi iniciado há poucos anos e passou por forte mudanças então essa questão levanta muitos questionamentos”, afirma. As condições de criação e identificação dos animais poderá ser conferida in loco com a visita de campo, contemplando diferenças de ferramentas, como brincos, técnicas usadas no manejo e as raças, considerando que no Brasil a presença do zebuíno é muito maior que a de animais europeus. “Isso vai possibilitar que eles entendam como é difícil que eles lá na Europa tentem determinar a condução da pecuária num País continental como é o Brasil”, acredita. As condições dos frigoríficos e cortes que podem ser processados é outro aspecto de interesse dos europeus.

Roberto Coelho o grupo, embora não tenha vinculação com o governo francês, será um bom condutor das informações que receber ao longo das visitas. “Na França a tomada de decisão é coletiva. O governo procura estar sempre consultando os produtores. Pode resultar até mesmo em negócios”, diz.



Mercado

Rodolfo Vaz de Carvalho lembrou que o Mato Grosso do Sul responde por cerca de 50% das exportações de carne bovina pelo País, mas que o produtor não tem recebido o repasse dos benefícios do aumento de vendas ao mercado externo. Embora as exportações aumentem e o preço no mercado externo também, além dos preços nos próprios açougues, ao produtor a arroba vem caindo. “É uma conta que não fecha”, diz Rodolfo. Ele lembra que antes a diferença de preços em relação à São Paulo se justificava por aquele Estado ser o maior consumidor. Com o boom das exportações e o Estado respondendo por metade da carne que saí do País por essa lógica o melhor preço deveria ser de Mato Grosso do Sul, o que não acontece. Apesar disso ele ressalta que o setor produtivo deve continuar se envolvendo na abertura de novos mercados porque as vendas no exterior em algum momento terão de puxar os preços internos.

O secretário de Agronegócios e presidente do SRCG destacou que a vinda dos produtores e recepção deles por pecuaristas é fundamental porque envolve justamente o público que está no dia-a-dia do campo e conhece os problemas e benefícios tanto no Brasil quanto na Europa. Sendo os principais atingidos pelas aberturas de mercado, são eles o canal mais eficiente para estimular as negociações. “Toda e qualquer decisão só é profícua se houver o embasamento empresarial nela. Se não fica apenas uma troca diplomática entre os países que é muito mais morosa”, ressaltou.



Via livre Comunicação Rural – Assessoria de Imprensa da Acrissul

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