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Europa cobra medidas de controle sanitário do Brasil

Famasul News - 11 de outubro de 2006 - 13:53

O consumidor europeu está cada vez mais exigente, por isso, os controles de resíduos e de sanidade das importações de produtos do agronegócio na Europa serão cada vez mais rigorosos. Esse foi o recado que o comissário europeu para Saúde e Defesa do Consumidor, Markus Kyrianou, deu ontem ao ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto.

Segundo Guedes, o comissário cobrou a implementação do plano de controle de resíduos, apresentado aos europeus em junho, e do Plano de Rastreabilidade do gado. Para ele, os dois programas estão sendo implementados e devem ser finalizados no ano que vem.

A UE é o maior importador de alimentos do mundo e o destino de 32,5% dos produtos agropecuários brasileiros.

Exemplo do controle feito pelos europeus é quantidade de aflatoxina, toxina que se desenvolve quando se armazenam amendoins e castanhas. Outras exigências são o controle de resíduos como fungicidas, inseticidas, hormônios e medicamentos veterinários nos produtos exportados, além de controle sanitário contra a febre aftosa e doença de Newcastle, que já atingiu gado e aves brasileiras, respectivamente.

Há cerca de um ano, a UE impõe embargo à carne bovina brasileira por causa da ocorrência de aftosa. Especialistas de Bruxelas já enviaram várias equipes para fazer inspeções, e o embargo tem sido levantado pouco a pouco. Atualmente, os europeus ainda restringem a entrada de carne bovina de MS, do PR e de SP.

Em março, os europeus embargaram as importações de mel e exigiu análise de resíduos do produto, mas o Ministério da Agricultura não tem equipamentos adequados para fazer todas as análises, portanto a Comissão Européia se dispôs a fazer parte dos exames. O ministro cobrou de Kyrianou o resultado das análises.

Os países desenvolvidos têm se tornado mais exigentes no controle sanitário e fitosanitário.

Após a Rodada Uruguai de liberação do comércio, o aumento das exigências foi considerado barreira técnica que os países em desenvolvimento e especialistas interpretaram como novo protecionismo.

As pressões da atual rodada, a Doha, estão concentradas na liberalização do comércio agrícola nos países ricos. Especialistas ouvidos pelos Folha, porém, não acreditam que o aumento das exigências da UE seja uma forma de proteção.

"Se somos os maiores vendedores de carne do mundo, temos que cumprir com as exigências, mas eles, os europeus, também têm que levar em conta que o Brasil é o único país que tem condições de fornecer as quantidades que eles precisam", disse Antenor Nogueira, consultor da CNA (Confederação Nacional da Agricultura).

Autor: Folha Online - Dinheiro

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