Discussão familiar, sobrecarga no trabalho e até pensar demais podem levar uma pessoa a desenvolver estresse. E um estilo de vida estressante aumenta o risco de uma doença cardíaca. É o que afirma um estudo feito por médicos do Instituto Nacional de Cardiologia. Os primeiros sintomas são dores muito fortes no peito, hipertensão e arritmia. Um situação de estresse também pode alterar a contração cardíaca e provocar insuficiência localizada de irrigação pelo sangue. Se não forem controlados a tempo, esses sintomas podem até causar morte súbita. Mas, de acordo com o médico Fernando Cruz, que coordena o estudo, na maioria dos casos, essas alterações são passageiras. O médico lembra que é importante saber controlar o estresse.


"Tudo pode ser causado pelo estresse. Você pode ter como causa ou pode ter exacerbação dos sintomas. E eu acho que esse é o grande ponto da pesquisa que ensina para a gente que a gente tem que saber lidar com o estresse de maneira favorável, de maneira pró-ativa, não de maneira que aquilo possa fazer o mal, ou seja, contra você. Eu acho que essa é a grande mensagem. O estresse até tem um ponto positivo se, por vezes, ele determinar o aparecimento de uma arritmia que a pessoa não sabia que tinha, como um duplo circuito no coração, e poder tratar aquilo. Então, de uma certa forma, ele pode ajudar. "

Todos os pacientes que chegam ao ambulatório de arritmia do Instituto Nacional de Cardiologia respondem a um questionário que ajuda os médicos a identificar a origem do problema. Mas o cardiologista Fernando Cruz explica que nem toda arritmia é causada pelo estresse. Existem casos que são determinados por alterações na função da glândula tireóide. O problema é detectado mais em mulheres.

De Brasília, Leilane Alves