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Estilo Morales atrai críticas e elogios

Agência Brasil/ Renata Giraldi - 23 de janeiro de 2010 - 11:25

Alvo de críticas e elogios, o presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, para mais cinco anos no poder não passa incólume. Em quatro anos de governo, ele atraiu a atenção internacional por suas opiniões e também pelo estilo indígena que insiste em preservar. Internamente, Morales promoveu uma série de mudanças no cotidiano do país – do nome de República da Bolívia para Estado Plurinacional da Bolívia – à moeda, à bandeira e ao ensino público, sem considerar as alterações na Constituição e na Legislação Eleitoral.

Em decorrência da mudança do nome do país, as moedas e cédulas estão sendo trocadas para a substituição do “República da Bolívia” para “ Estado Plurinacional da Bolívia”. A bandeira colorida, que representa as 37 etnias indígenas, ou como preferem os bolivianos “os povos originais”, foi incluída na nova Constituição como oficial, ao lado da Bandeira Nacional boliviana.

No país que tem três línguas oficiais – espanhol, quichua e aimawa – e 62% da população se definem como indígenas, Morales decidiu criar escolas para o ensino público de quichua e aimawa. Em geral, ao discursar, ele se dirige em espanhol e também em um dos outros dois idiomas. Na Bolívia, Morales atrai mais admiradores do que críticos, tanto é que foi reeleito com 64% dos votos.

Solteiro, aos 50 anos, Morales avisou que “não nasceu para o matrimônio” e não pretende se casar enquanto estiver no poder. Porém, preserva sua vida privada de tal maneira que não há informações sobre ela, exceto que tem dois filhos nascidos de namoros anteriores ao período em que assumiu o governo. Também costuma visitar, no interior do país, seus dois irmãos - um que é agricultor e outra que é dona de açougue. Os pais já morreram.

No ano passado, Morales conseguiu promulgar a nova Constituição - que estabelece o poder do Estado sobre os recursos naturais e amplia os direitos dos indígenas – e alterar a Legislação Eleitoral, permitindo, por exemplo, a ampliação do mandato presidencial de quatro para cinco anos. Ambas as mudanças tiveram apoio popular.

No exterior, Morales consolida frequentemente a imagem que o caracterizou: controvertido, crítico do governo norte-americano e admirador do ex-presidente de Cuba Fidel Castro e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Na última semana, condenou duramente os Estados Unidos pelo envio de 12 mil homens para o Haiti. Segundo ele, é uma “ocupação” e o dinheiro gasto com os militares poderia ser aplicado em ajuda humanitária.

O estilo Morales gera polêmicas, mas é exatamente o que agrada a seu eleitorado. “Morales tem personalidade e trabalha pela Bolívia nas cidades, nos departamentos [o equivalente a estados no Brasil], no país e também no mundo”, afirmou o líder comunitário Roberto Darío. “Apoiamos a maneira de ele ser e que siga adiante da mesma forma e defendendo os interesses da Bolívia e da América Latina”, disse o líder indígena Mário Bica.


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