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Estiagem no sul de MS dura mais de 45 dias

Acrissul - 18 de abril de 2005 - 15:51

Embora seja um fenômeno regular, a falta de chuvas no período da entressafra começou mais cedo neste ano e já afeta a produção leiteira na região de Dourados, variando de 15 a 40% a redução, dependendo do porte do produtor. Aqueles com mais tecnologia ainda conseguem manter uma ordenha diária mais estável, porém os pequenos estão sofrendo com a queda na produção.

A seca já dura 45 dias em todo o sul do Estado e, além das perdas na soja e no milho safrinha, o rebanho leiteiro ressente a falta de pastagens mais viçosas refletindo na produção e na renda dos pecuaristas.

O diretor do Laticínio Camby, Antonio Luiz Nogueira, disse ontem que a sua indústria está sentindo os reflexos da estiagem. “O nosso recebimento diário caiu de 15 a 20% nas últimas semanas. A falta de pasto é algo previsível, mas em 2005 o problema começou mais cedo e o leite começa a diminuir”, explicou.

Normalmente o laticínio – o único de Dourados, processa em torno de 40 mil litros/dia, na produção de leite pasteurizado e de subprodutos, como queijos, manteiga, requeijão cremoso e bebida láctea.

O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes de Leite de Dourados (Avaleite), Fernando Galdino, confirma a queda na produção. Continuam entregando de 4.500 a 5.000 litros.

A Avaleite reúne sitiantes, chacareiros e outros pequenos produtores de leite que vendem o produto diretamente aos consumidores ou entregam a produção para os ambulantes para a comercialização em domicílio. A entidade mantém uma miniusina no jardim Vista Alegre, que não está em pleno funcionamento por falta da conclusão das obras e poderia processar 10 mil litros/dia na safra.

Segundo Antonio Nogueira, os produtores rurais têm dado hoje importância ao leite, “um produto que não pode ser desprezado, porque garante as despesas básicas da propriedade. Por isso, grande parte deles, além de ter matrizes de boa linhagem, se prepararam para a entressafra fazendo silagem ou plantando pastagens especiais como a aveia e o milheto para enfrentar o inverno”. Lembrou ainda que, junto com a seca, os produtores enfrentam normalmente as geadas – a partir de junho, que acabam por afetar de vez a qualidade dos pastos. Quem tem mais estrutura produz ou compra ração para servir ao rebanho evitando a perda de peso e a queda na produção leiteira.

Com a estiagem, a produção leiteira nos principais pólos produtivos registra queda de até 40%, segundo a Câmara Setorial do Leite do Estado.

Apesar de o litro estar cotado acima da média histórica – sendo negociado em média R$ 0,50 ao produtor, segundo a coordenadora da Câmara, Adriana Mascarenhas, as pastagens estão escassas pela falta de chuvas.

Um produtor de Glória de Dourados informou – durante reunião da Câmara Setorial, que lá no seu município a cooperativa também amarga queda de produtividade de 40%.
Atualmente, a produção estadual de leite é de cerca de 450 milhões de litros/ano. São 35 mil produtores, dos quais 75% pequenos — que tiram até 50 litros de leite ao dia. Para estes, comprar ração é algo impraticável, diante da estreita margem de lucro e pequena escala de produção, segundo a coordenadora.

Fonte: Jornal Correio do Estado

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