Kumar e colegas, pesquisadores da Califórnia, exploraram o fenótipo do receptor de hormônio no câncer de mama que aparece em usuários de estatinas, a partir de conhecimentos pré-clínicos do potencial anticâncer de inibidores da enzima reductase HMG-CoA (estatinas). Os resultados estão no artigo “Câncer de mama estrogênio receptor-negativo é menos provável de aparecer entre usuários de estatina lipofílica”, que aguarda publicação na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.



A equipe avaliou a classe, o estágio e o fenótipo receptor em usuários de estatina versus não-usuários e controlados por terapia de reposição hormonal, num total de 2141 pacientes do sexo feminino, listados em 2003 no Kaiser Permanente Northern California Cancer Registry. Os resultados da análise apontaram que 387 pacientes usaram estatinas lipofílicas, simvastatina e atorvastatina, entre as quais 51 desenvolveram tumores ER/PR negativos. A adaptação temporal para tumores ER/PR negativos aconteceu após uso igual ou superior a um ano de estatina, antes do diagnóstico de câncer de mama. O câncer de mama em pacientes com um ano ou mais de uso de estatina antes do diagnóstico médico apareceu em estágio menos avançado e menos invasivo.



Os autores da pesquisa afirmam que o uso de estatina pode influenciar o fenótipo dos tumores, apesar de não garantir a menor incidência do câncer. Devido a isso, sugerem no artigo “uma nova estratégia potencial para a prevenção do câncer de mama, que combina estatinas com agentes que previnem câncer ER positivo (tamoxifen, inibitores de aromatase)”.



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