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Especialista fala sobre exportação de mel

Rodrigo Rievers/Agência Sebrae - 10 de novembro de 2005 - 06:57

Apesar da valorização do real diante do dólar, que reduz a competitividade dos produtos da pauta de exportações brasileira, o agente de mercado John Laurino, da empresa de comércio exterior Unit Brazil, de São Paulo, afirma que há espaço para elevar a venda do mel brasileiro no mercado internacional. A avaliação foi feita em palestra a coordenadores e gestores de 26 projetos de apicultura apoiados pelo Sebrae em 20 estados brasileiros, nesta terça-feira (7), em Brasília.

Na palestra, Laurino destacou que o aumento das exportações de mel e de derivados como própolis e cera está vinculado à resolução de gargalos na cadeia produtiva nacional. "Temos um tesouro na mão e dentro de cinco anos o Brasil, que hoje é o sétimo produtor mundial, estará com uma produção igual à da Argentina, que atualmente detém o terceiro lugar", disse.

Atualmente 6.639 produtores são atendidos pelo Sebrae. Juntos, produzem cerca de 3,3 mil toneladas anuais, o que corresponde a 10% da produção nacional oficial, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Precisamos atuar no restante da cadeia produtiva da mesma forma que o Sebrae tem feito com uma parcela que representa 10% da produção nacional. Portanto, ainda há 90% para atingirmos", aponta.

Responsável por realizar o intercâmbio entre compradores estrangeiros e entrepostos brasileiros de mel de abelhas e cera, Laurino abordou quatro pontos que, em sua avaliação, precisam ser trabalhados para elevar e qualificar a produção nacional. "São questões que não dependem da variável macroeconômica relacionada ao preço do real diante do dólar, mas de uma melhor organização da cadeia produtiva", alerta.

Uma das questões a serem equacionadas está relacionada à falta de uma estratégia comum entre apicultores e entrepostos de mel e cera. Segundo o agente de mercado, é preciso que esses dois componentes da cadeia produtiva atuem de forma mais integrada em torno de um interesse comum: elevar a exportação brasileira de mel. "É preciso disseminar conceitos de aliança estratégica entre esse dois elos".

Na avaliação do agente de mercado, outras questões que precisam ser trabalhadas são a falta de pontualidade dos produtores na entrega do mel, infra-estrutura precária de exportação e controle sanitário sobre a extração, manipulação e transporte do mel. "O Sebrae já faz um trabalho fantástico com os produtores na questão sanitária, com a formação dos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR), que levam informações aos apicultores. É preciso encontrar formas de ampliar esse trabalho para o restante da cadeia", recomenda o especialista.

Câmara Setorial
Para Laurino, uma das estratégias para ampliar o atendimento à cadeia produtiva do mel está na criação da Câmara Setorial do Mel, que funcionária no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "A Câmara Setorial envolveria todos os atores em busca de soluções comuns, e o momento é propício para sua criação", assinala.

No fim de outubro, uma reunião realizada na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, com representantes do Mapa e da cadeia produtiva da apicultura deu início às negociações em torno da criação da Câmara Setorial. "É uma das medidas que estão sendo avaliadas para elevar o consumo de mel no mercado interno e criar melhores condições para o produto no mercado externo", destacou Reginaldo Resende, da coordenação nacional da Carteira de Projetos da Apicultura pelo Sebrae.

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