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Esclerose Múltipla tem aliado digital como adjuvante no tratamento da doença

Portal Segs - 31 de agosto de 2015 - 13:00

Com o advento das novas tecnologias, os cuidados com a saúde têm ganhado importantes aliados. De acordo com o relatório “mHealth” e “Wearables 2015” (Mobile Ecosystem Forum - organização global de regulação do comércio de aparelhos e serviços mobile), no último ano houve um crescimento na adoção de aplicativos (apps) de saúde e medicina em todo o mundo. Sendo um aumento de 15% e 10%, respectivamente, em relação ao ano anterior. Um exemplo de destaque nesta era digital é o Cognifit, uma ferramenta inteligente utilizada para minimizar alguns dos sintomas da esclerose múltipla (EM) e que pode ser acessada via computador, tablet ou smartphone.

Este é um dispositivo que tem como função principal treinar e estimular os aspectos cognitivos dos indivíduos portadores da doença. Os pacientes têm à disposição jogos que permitem avaliar o estágio do comprometimento da doença e suas habilidades cognitivas. Além disto, eles podem compartilhar os resultados com o seu médico, contribuindo no acompanhamento da esclerose múltipla.

A esclerose múltipla é uma doença crônica autoimune que atinge o sistema nervoso central e que tem uma prevalência, no Brasil, de 15 casos por 100 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde. A EM se caracteriza por afetar o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras, sensitivas, cognitivas, visuais, de coordenação motora e até de controle de esfíncteres, causando impacto direto no dia-dia do paciente e indireto para seus cuidadores.

Com sérias consequências, a EM é pouco falada e ainda desconhecida para muitos brasileiros. O assunto voltará à tona em todo país a partir do dia 31 deste mês, na próxima novela das nove da Rede Globo, “A Regra do Jogo”. A novela terá como protagonista um portador de esclerose múltipla, interpretado pelo ator Alexandre Nero que após sofrer com visão turva, desmaios e surtos em várias cenas, toma conhecimento de seu diagnóstico, situação vivida por muitos indivíduos acometidos pelo problema. A história permitirá que o público entenda um pouco mais sobre a doença e a realidade dos pacientes com EM.

A professora de neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) e chefe do centro de referência em Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ, Dra. Soniza Vieira Alves Leon, explica “estimular suas atividades cognitivas, e principalmente a memória, pode contribuir para os pacientes ficarem mais atentos e ativos, o que pode impactar a autoestima e confiança. Por consequência, eles conquistam mais qualidade de vida e é possível perceber os benefícios deste manejo na vida prática destes indivíduos”.

Entre as habilidades estimuladas, estão: memória visual, auditiva, contextual e de trabalho em longo/curto prazo, velocidade de processamento, foco, planejamento, reconhecimento, tempo de resposta, velocidade, atualização, memória não verbal, percepção visual, coordenação olho-mão, inibição, recontextualização, atenção dividida e distância estimada. Todos os exercícios visam aprimorar a cognição. O Cognif é uma tecnologia reconhecida pela comunidade científica e foi amplamente investigada pela área de neurociência com importantes universidades e instituições no mundo, como: University Of Washigton, Florida International University, University of Illinois, Université Paris Descartes, entre outras.

Apesar da doença ainda não ter cura e sua causa ser desconhecida, a esclerose múltipla tem tratamento. De acordo com a Federação Internacional de Esclerose Múltipla existem 2,3 milhões de pessoas com a doença no mundo. Embora este seja um número expressivo, há muitos outros casos não diagnosticados. A entidade afirma que a incidência é duas vezes superior em mulheres. No Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que 35 mil pessoas sejam acometidas por este problema.

Quanto antes, o paciente receber o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento. “Uma das opções terapêuticas é o uso de imunomoduladores, como os interferons beta 1-b, beta 1-a e acetato de glatiramer, que diminuem a intensidade dos surtos e o intervalo entre eles, agindo sobre os mecanismos imunológicos e minimizando a atividade inflamatória. Novos tratamentos como natalizumabe, fingolimode, dimetilfumarato, teriflunomida e alemtuzumabe também foram aprovados pela ANVISA no Brasil. Em paralelo ao tratamento medicamentoso, temos as plataformas digitais que podem favorecer a inserção social destes pacientes. Hoje, a maioria dos acessos à informação é via internet ou utiliza algum mecanismo que se comunique com este ambiente. É cada vez mais comum, os pacientes estarem envolvidos em um universo digital”, destaca a especialista.

O diagnóstico da Esclerose Múltipla é complexo e deve ser feito por especialistas com o objetivo de se estabelecer o melhor manejo terapêutico para cada caso individualmente.

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