Brasília – Há mais de um mês soterrados a 700 metros de profundidade, 33 trabalhadores da Mina de San José, no Chile, receberam hoje (15) a informação de que as perfuradoras já ultrapassaram a marca de 300 metros de escavação. Duas máquinas, de diferentes potências, funcionam de forma quase ininterrupta. A terceira máquina, utilizada em petrolíferas, deverá ser acionada amanhã (16). Os técnicos já concluíram a construção de uma plataforma própria para sustentar a perfuratriz.

As informações são da TVN, a rede estatal de televisão do Chile. O anúncios sobre avanço nas perfurações ocorre depois de quatro dias em que a principal escavadora, a T-130, ficou parada porque apresentou problemas técnicos. Com isso, apenas a primeira máquina, a Strata 950, funcionou neste período, atrasando os trabalhos.

A possibilidade de atraso no resgate dos 33 mineiros gerou angústia, temor e até revolta. Mas o governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, tentou acalmar os mineiros e os parentes que acompanham o trabalho de resgate. Por meio do ministro da Saúde, informou que manteve a previsão de concluir os trabalhos em três a quatro meses. Nesse meio tempo as autoridades pensaram até em usar dinamites para acelerar as operações. Mas esta alternativa foi descartada por causa da ameaça de novos desabamentos.

Ontem (14), o mineiro Ariel Ticana, que aguarda o resgaste, pôde assistir ao nascimento da filha Esperanza. O vídeo do parto foi enviado para o interior da mina pelo túnel que faz a ligação entre o local onde estão os mineiros e a superfície.

Desde o acidente, os mineiros gravaram dois vídeos, nos quais enviam mensagens e mostram como vivem e dividem as tarefas cotidianas. Os trabalhadores demonstram bom humor, fazem piadas e afirmam que aguardam o resgate com otimismo. Eles são monitorados de dia e de noite por especialistas em saúde física e mental.

Edição: Vinicius Doria