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Geral

Entenda os termos mais usados pelos economistas

26 de julho de 2004 - 10:41

Freqüentemente, termos desconhecidos aparecem em entrevistas e reportagens sobre economia, como na série especial da qual faz parte a entrevista do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira. Para facilitar a compreensão desses textos, a Agência Brasil criou um pequeno glossário que explica um pouco essa linguagem técnica.

Balança comercial: registra todas as exportações e importações feitas no país. No início dos anos 90, no Brasil, a balança comercial era positiva - ou seja, as exportações superavam as importações. Quando isso ocorre, costuma-se dizer que há um superávit comercial. Com a abertura econômica, a balança passou a registrar mais importações do que exportações. Isso é chamado de déficit comercial. Atualmente, o Brasil passa por período em que vem obtendo superávits.

Balanço de pagamentos: o balanço é feito somando tudo o que o país tem a receber e subtraindo tudo o que deve ser pago. O que deve ser somado é o resultado das vendas (exportações) e os recebimentos de parcelas de empréstimos que fizemos para outras nações. Do outro lado da balança fica tudo o que deve ser pago: juros de empréstimos, parcelas de dívidas, pagamento de produtos comprados no exterior (importações), remessa de lucros de empresas estrangeiras para suas matrizes etc. O balanço de pagamentos será superavitário quando o país receber mais do que pagar, e deficitário quando ocorrer o oposto.

Controle de capitais estrangeiros: o controle, em geral, visa proteger a economia do país quando a entrada de capitais do exterior cria algum tipo de desequilíbrio interno, como aumento de preços, por exemplo. Também podem ter efeito indesejável as aplicações que visam apenas melhores rendimentos, proporcionados por altas taxas de juros pagas por países em dificuldades financeiras. Há várias maneiras de controlar o capital, seja fixando prazos para a aplicação dele no país, seja taxando-o. Nos anos 90, o Chile teve uma experiência bem sucedida, inserindo uma “quarentena” para o dinheiro que entra na economia do país e que só pode sair após certo tempo. Na Ásia, a Malásia também conseguiu bons resultados controlando a saída dos capitais. O controle de capitais não é, entretanto, consenso entre os economistas. Alguns argumentam que ele afugenta os investidores.

Default: do inglês. Significa calote, no jargão do mercado financeiro.

Dívida externa pública : é o total da dívida que o governo tem com bancos, empresas ou mesmo pessoas, no exterior. A dívida é representada por papéis chamados títulos. Os mais conhecidos títulos brasileiros são os C-Bonds, emitidos pelo Tesouro Nacional. Ao tomar o dinheiro emprestado, o governo se compromete a pagar determinada taxa de juros.

Dívida interna: é o total da dívida que o governo tem com bancos, empresas ou mesmo pessoas, negociada no interior do país. Para o governo tomar dinheiro emprestado ele emite títulos da dívida, que são como notas promissórias, por meio das quais o governo diz como, quando e quanto vai pagar por aquela dívida, sempre acrescida de juros

Macroeconomia: é a parte da economia que inclui os assuntos mais gerais, como as exportações, o PIB, a inflação e a dívida pública

Microeconomia: é o lado mais “concreto” da economia, como a produção industrial e agropecuária, o consumo e a maneira como são determinados os preços de cada produto e as quantidades dos bens e serviços nesses mercados

Política econômica: São as medidas adotadas pelo governo para controle da economia. As políticas relativas ao orçamento, por exemplo, afetam todas as áreas da economia e constituem políticas de tipo macroeconômico; outras afetam algum setor específico, como, por exemplo, o agrícola e constituem políticas de tipo microeconômico . Estas são dirigidas a um setor, a uma indústria, a um produto ou ainda a várias áreas da atividade econômica e criam a base legal em que devem operar os diferentes mercados, evitando que a competição gere injustiças sociais. Alguns defendem que o governo não deve interferir na economia e deixar que ela funcione por conta do próprio mercado, ou seja, as relações de compra e venda entre empresas, bancos e consumidores. Outros acreditam que o governo deve cobrir as deficiências do mercado, ou seja, tendências a realizar cálculos com objetivos imediatos de lucro, negligenciando as necessidades de um país a longo prazo, com investimentos que demoram décadas para dar algum retorno, como na área de infra-estrutura. Neste caso, a política econômica deve prever e tentar eliminar as crises, além de tentar reduzir o desemprego, fomentar um rápido crescimento econômico, e assim por diante.

Política fiscal: é o controle dos impostos e dos gastos do governo com o objetivo de neutralizar as tendências que levam à depressão (uma queda muito grande da produção) e à inflação

Política fiscal expansiva: inclui medidas como o aumento dos gastos públicos e diminuição dos impostos, estímulo ao consumo e aos investimentos; incentivos às exportações, cobrar tarifas das importações e criar outras barreiras para beneficiar a produção nacional. É usada quando há insuficiência de demanda e aumento do desemprego

Política fiscal restritiva: inclui medidas como a diminuição dos gastos públicos, aumento dos impostos sobre os bens de consumo e aumentar as importações com objetivo de evitar inflação, ou seja, a subida dos preços quando a capacidade de produção do país é superada pela demanda

Política Monetária: é o controle da quantidade de dinheiro em circulação no pais. Ela auxilia na definição das taxas de juros do governo.

Produto Interno Bruto: a produção de um país é medida por meio desse indicador, que leva em conta três grupos principais: Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária; Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil; e Serviços, que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços.

Spread bancário: é a diferença entre os juros que são pagos pelos bancos na captação de dinheiro e os que eles cobram nos empréstimos concedidos. No Brasil, essa taxa atinge um dos maiores valores do mundo, cerca de 30% ao ano.

Policy Rate ou Prime Rate: é a taxa de juros mais importante da economia mundial. É aquela cobrada pelos bancos americanos de seus principais clientes para lhes conceder empréstimos.

Taxa de investimento: as despesas do governo são classificadas de duas maneiras: despesas de custeio e despesas de investimento. Nas despesas de custeio, estão a compra de bens de consumo, pagamento de salários dos servidores públicos, pagamento de benefícios sociais etc. As despesas de investimento são aquelas feitas na aquisição e construção de bens duradouros: estradas, escolas, hospitais e o pagamento de empréstimos. A taxa de investimento do governo é calculada com base no total das despesas com investimentos, dividida pelo total da riqueza nacional produzida em um ano: o Produto Interno Bruto - o PIB.

Taxa Selic: É a taxa básica da economia brasileira, estabelecida mensalmente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central. Ela indica quanto o governo paga em juros pelos títulos que emite regularmente para refinanciar sua dívida. Ao calcular essa taxa, o Copom leva em consideração diversos fatores, entre eles, a previsão da inflação futura (próximos 30 dias) e as tendências momentâneas de queda ou elevação dos preços da economia (inflação passada). As condições da economia internacional também são consideradas: se há excesso de dinheiro no mercado internacional (liquidez internacional), ou se há falta de dinheiro. O mesmo cálculo é feito no mercado interno: se há muito ou pouco dinheiro circulando (liquidez interna) e a necessidade de financiamento das contas públicas (se o governo tem pouco ou muito dinheiro em caixa para honrar suas dívidas que estarão vencendo nos próximos trinta dias, mais as despesas do dia a dia - as despesas de custeio e despesas de investimento). Selic significa Sistema Eletrônico de Liquidação e Custódia.

Núcleo de Pesquisa da Agência Brasil

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