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Entenda os danos que as radiações causam na pele

Gazeta Esportiva - 17 de janeiro de 2018 - 11:00

Com a chegada dos períodos mais quentes, a fotoproteção volta à tona como o centro das atenções na rotina skincare. E mesmo assim ainda tem quem ache que a importância do filtro solar é, apenas, para evitar que a pele fique vermelha. Definitivamente não. Existem quatro radiações poderosas (UVA, UVB, calor e luz visível) no verão e que são capazes de provocar envelhecimento precoce e uma série de alterações na pele – até mesmo o câncer.

“Precisamos falar de filtros solares com uma leitura um pouco mais ampla, ou seja, eu não posso falar apenas de anti-UVA (PPD) e anti-UVB (FPS): eu tenho que começar a pensar no comprimento de onda crítico 415nanômetros da luz azul e tenho que começar a pensar no infravermelho”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. “Muitas vezes, mesmo com alto FPS contra raios ultravioleta, esta proteção é ineficiente contra os raios infravermelho, que inflamam a pele, provocam flacidez e aumentam o risco de câncer”, acrescenta a médica.

Segundo a dermatologista, quando falamos em envelhecimento fotoadquirido, estamos falando da formação precoce de rugas, manchas, mudança na textura da pele, angiogênese (formação de novos vasos), atrofia com uma epiderme pergaminácea e flacidez, que tem grande relação com o UVA e o InfraRed. Outra preocupação para quem não usa o filtro solar adequado, de acordo com a especialista, é que durante as estações mais quentes, existe uma queda do sistema imunológico da pele, já que a hiperexposição à radiação solar gera uma menor efetividade dos anticorpos da pele. A dermatologista explica abaixo o dano que cada uma das radiações é capaz de exercer na pele:

UVA — Principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), esse tipo de radiação atravessa nuvens, vidro e epiderme, é indolor e penetra na pele em grande profundidade, até as células da derme — sendo o principal produtor de radicais livres. “Os raios UVA afetam a pele o ano todo, independente da estação. Esse tipo de radiação não é bloqueado totalmente com protetor solar e traz prejuízos, desde lesões mais simples até, em casos mais graves, câncer de pele”, explica a dermatologista.

“Já nessa fase pré-eritematosa, antes da pele ficar vermelha, nós temos danos significativos e que vão alterar de uma maneira praticamente irreversível o DNA dessas células. E esse efeito cumulativo, esse dano irreversível, vai sendo cada vez mais potencializado pelas múltiplas exposições ao sol, onde a pele não está devidamente protegida”, afirma.

UVB — A radiação ultravioleta B deixa a pele vermelha e queimada, danificando a epiderme e é mais abundante entre as 10 da manhã e 4 da tarde. “Seu grau de proteção é medido pelo FPS e é uma radiação que pode furar o bloqueio dos filtros químicos e aumentar o risco de cancerização também”, comenta.

IR — Infrared (infravermelho ou IV) é sentido através do calor ou mormaço. “É uma radiação que acomete num comprimento de onda suficiente para atingir a derme mais profunda, onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso provoca um dano muito importante, com menor elasticidade e uma piora no aspecto geral com a destruição do arquétipo da pele. Além de um maior potencial de cancerização”. A dermatologista explica que, para evitar a flacidez e rugas, é importante o uso do bloqueio físico solar e antioxidantes que diminuam o processo inflamatório causado pelo InfraRed.

Luz visível — Mesmo não sendo um conceito novo, é necessário pontuar, de acordo com a especialista, que a luz visível continua sendo um perigo. “Presente na nossa rotina diária, ela é capaz de promover a médio e longo prazos um quadro de eritema mesmo que subcutâneo, mas já suficiente para gerar a presença das sunburn cells (ou células que sofreram alterações importantes pela radiação ultravioleta apresentando degeneração no seu DNA, promotoras mais tarde da possibilidade de cancerização)”, explica. A médica ilustra que a luz visível atua no estímulo da melanogênese, resultando em manchas. “As pessoas que têm tendência ao melasma não podem só pensar em ter um fotoprotetor com UVA e UVB. Há necessidade de algum tipo de ativo que combata a ação danosa do InfraRed e luz visível. São ativos tirados de extratos vegetais que têm ação anti-inflamatória e bloqueadores como dióxido de titânio”, acrescenta.

Conhecendo os agressores, é mais fácil de se proteger, mas a dermatologista ainda esclarece algumas dúvidas:

Um FPS alto vai necessariamente me proteger? – Não. “Hoje se descobriu que a proteção solar que leva em consideração apenas a questão do eritema (vermelhidão) desconsidera a dose suberitematosa, que é um dano criado antes mesmo da pele ficar vermelha, dando origem a chamada “sunburn cell””, destaca a médica. Ou seja, os raios solares furam o bloqueio dos filtros químicos de alguns produtos de fotoproteção e causam dano celular que, em consequência, provoca flacidez. “Por exemplo, um fotoprotetor com FPS 15 protege a pele do eritema por até duas horas. Mas esse mito de levar em consideração só a vermelhidão caiu, por conta de novos estudos a respeito dessas células alteradas pela radiação. O melhor, nesse caso, é investir em produtos que contenham filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco”, sugere. “Os filtros físicos são como uma parede de tijolos onde a luz bate e volta. Não tem absorvência, tem refletância: e com isso há um impedimento de todos aqueles danos cumulativos dos filtros químicos, que são altamente instáveis; então na sudorese, na água do mar, a molécula fica quimicamente instável e deixa de proteger”, explica.

A cor ou base protege a pele? – A cor hoje é o que mais protege contra a luz visível, segundo a dermatologista. “Filtros de alta cobertura, com base e cor fazem parte dos últimos lançamentos em fotoproteção. A cor serve como uma barreira física à luz visível”.

Apenas FPS e PPD protegem? Os filtros solares modernos devem ter elementos multifuncionais, como os antioxidantes, segundo a Dra. Claudia. “O protetor solar deve ir além dos ativos de proteção: ele deve ser um multibenefícios com elementos de ação antioxidante para imediatamente reparar o processo inflamatório formado”, destaca. “Principalmente quando falamos de ambientes onde há muita poluição ambiental, há a necessidade de complementar a fotoproteção com alguns antioxidantes importantes como as Vitaminas E, C, A, B3, o Resveratrol, o ácido elágico da Romã, extrato de Blueberry e extrato de Edelweiss.”

Existe fotoproteção oral? Segundo a Dra. Claudia Marçal, esse é um bom complemento. “Não dá para colocar todas as fichas com relação à questão da fotoproteção em produtos de uso tópico. A fotoproteção oral é fundamental – mesmo que não substitua o protetor solar tópico”, enfatiza. “Os filtros imunoprotetores via oral vieram para ficar com propriedades de melhora da resistência cutânea e imunológica. Eles funcionam como verdadeiros guardiões quando associados aos protetores locais, para preservar a estrutura e evitar a desnaturação do DNA celular por proteger as células imunológicas da pele e reverter em parte os danos biológicos e inflamatórios causados pela exposição exagerada ao sol. Os mais importantes são o Polipodium Leucotomus, Picnogenol, Astaxantina, Luteina, Resveratrol e ácido elágico da Romã, sempre associando ao uso de silício orgânico Exsynutriment para melhora do aspecto da flacidez”, finaliza.

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