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Entenda os casos do 'mensalão' e dos Correios

29 de julho de 2005 - 08:31

O deputado Roberto Jefferson (RJ), ex-presidente do PTB, afirma que o PT pagava "mesadas" de R$ 20 mil a R$ 60 mil a cerca de 80 deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo. Segundo ele, seu partido recusou o "mensalão", mas aceitou contribuição do PT de R$ 20 milhões para a campanha de 2004, dos quais o PT entregou apenas R$ 4 milhões.
Delúbio Soares, tesoureiro do PT, seria o responsável pelo esquema, ao lado de José Genoino, Sílvio Pereira e Marcelo Sereno, respectivamente ex-presidente, ex-secretário-geral e ex-secretário de comunicação do partido. Todos negam a denúncia do "mensalão" e da contribuição financeira à campanha do PTB.
O publicitário Marcos Valério de Souza, sócio das agências SMP&B e DNA, de Belo Horizonte, seria o responsável pela entrega do dinheiro do "mensalão".
Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, afirmou ter ouvido dizer que malas de dinheiro sacado do Banco Rural e do Banco do Brasil eram trazidas pela tesoureira da SMP&B, Simone Vasconcelos, e pelo próprio Valério para Brasília.

Deputados acusados
Roberto Jefferson citou nominalmente seis deputados como participantes do esquema de distribuição das "mesadas": Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e José Janene (PP-PR). Todos negam envolvimento.
A deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO) afirma que recebeu de Sandro Mabel proposta de auxílio financeiro para filiar-se ao PL – R$ 1 milhão de "luvas" e "mesada" de R$ 30 mil. O deputado confirma o convite para ingresso no PL, mas nega a proposta financeira.

Ministros
Roberto Jefferson disse inicialmente que a distribuição de dinheiro havia acabado em janeiro deste ano, depois que ele revelou o esquema ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, afirmou que o esquema continuou. Só que, em vez de receber dinheiro vindo de Belo Horizonte, os parlamentares fariam saques na agência do Banco Rural no Brasília Shopping.
Ele disse também que, ao longo de 2004, revelou o caso a seis ministros: José Dirceu (ex-Casa Civil), Ciro Gomes (Integração Nacional), Miro Teixeira (ex-Comunicações), Walfrido dos Mares Guia (Turismo), Aldo Rebelo (ex-Coordenação Política) e Antonio Palocci (Fazenda). À exceção de Palocci e Dirceu, todos confirmaram as conversas.

Correios
Roberto Jefferson, por sua vez, é acusado de comandar um esquema de arrecadação de propinas nos Correios – que veio a público com a divulgação de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal Maurício Marinho recebe R$ 3 mil suspostamente de propina.
O vídeo foi gravado por Joel Santos Filho e João Carlos Mancuso por encomenda do empresário Artur Waschek Neto, dono da empresa Comercial Alvorada de Manufaturados (Comam), interessada em vencer licitações dos Correios. Waschek é sócio de Antônio Velasco, que nega participação na gravação.

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