Pela primeira vez, uma concessionária abre a composição da conta de energia elétrica. O objetivo é esclarecer, com total transparência aos consumidores, o que eles exatamente pagam e como o reajuste, aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), se reflete na empresa.

Segundo o assistente da Diretoria Comercial, Paulo César Corrêa Soares, o reajuste está composto de duas partes, 70% são para custos não gerenciáveis pela empresa, ou seja, valores que são repassados para o Governo e 30% de custo gerenciáveis, incluindo pagamento de pessoal, depreciação, remunerações de capital próprio e de terceiros.

A composição da conta paga pelo consumidor, de acordo com as regras da Aneel, está dividida em 33,82% para encargos setoriais e tributos, 32,59% para despesas com compra e transmissão de energia e 33,59% para despesas de operação e manutenção.

O aumento de 17,02% poderia ter sido maior se a Enersul não tivesse obtido uma boa produtividade. "A empresa repassa ao consumidor os seus ganhos de eficiência, ou seja, este valor já recebeu uma redução de custo de 1,35%", explica Paulo César Soares.

Outro dado importante é que neste ano começa a ser feito o realinhamento tarifário. Os clientes de alta tensão estavam sendo subsidiados pelos de baixa tensão (residências e pequenos comércios). Para equilibrar a tarifa, os consumidores residenciais de baixa tensão, cerca de 80% do total, vão receber um aumento real de 16,08%, quase um ponto percentual abaixo do valor médio aprovado pela Aneel.