O prazo para recolhimento do Imposto de Renda das empresas que é retido na fonte deve subir de 10 para 30 dias, dentro de um pacote de medidas de incentivo à produção que o governo federal deve lançar em breve. Segundo reportagem da Folha on line, a idéia é aumentar o capital de giro das companhias.
O superintendente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Roberto Wolf, ressalta que nos atuais moldes a situação do empresário é delicada. Por um lado os compradores pressionam prazos cada vez maiores para pagamento e de outro fornecedores não oferecem os prazos desejáveis. “O governo quer ter um fluxo de caixa bom e a iniciativa privada é que acaba pagando por isso. Para crescer mais de 4% ao ano não se massacra o empresário dessa maneira”, afirma. A dilatação do prazo para recolhimento, afirma, traz uma nova perspectiva de formação de capital de giro.
O delegado substituto da delegacia de Receita Federal de Campo Grande, Roberto Silva Júnior, diz que enquanto as questões ainda estão na esfera política não há como aprofundar no assunto. Mas considera que a mudança seja razoável considerando que a legislação em vigor hoje fixou a periodicidade de 10 dias devido à conjuntura da época, em que a inflação era muito alta. “O governo entendeu que não era conveniente que a empresa retivesse o valor que não era dela por muito tempo, ganhando com a inflação. Como a economia atingiu certa estabilidade, não se justifica que se mantenha essa periodicidade, porque gera problema para as empresas e controle da própria Receita”, avalia.