O empresário Arthur Washeck – mandante confesso da gravação que deu origem às denúncias de suposta corrupção nos Correios – disse em depoimento à Polícia Federal que entregou R$ 20 mil a Arlindo Molina, ex-professor da Escola Naval citado em depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB- RJ). O delegado responsável pelas investigações, Luiz Flávio Zampronha, contou que Arthur Washeck declarou ter entregue o dinheiro "para ajudar o amigo", como teria feito outras vezes, para ajudar outros amigos.

Um desses amigos, ainda segundo Zampronha, é Joel Santos, o executor da gravação, que recebeu dinheiro em 2003. Arthur Washeck apresentou cópias dos comprovantes de transferência do dinheiro, da conta dele para a de Molina, explicou o delegado.

De acordo com o delegado, a polícia estranha o fato de metade do dinheiro (R$ 10 mil) ter sido entregue antes da divulgação da fita pela imprensa e a outra metade, depois. Também antes da divulgação da fita, Molina foi ao gabinete de Jefferson com a gravação. Ele disse à polícia que teria ido alertar o deputado, mas a polícia investiga se houve tentativa de extorsão.