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Empreededor de primeira viagem: o que fazer para o seu negócio dar certo?

Por Orlando Oda - 25 de novembro de 2013 - 16:07

Impulsionado por noticiários, partidos políticos e sindicatos que vendem a ideia que o empresário ganha muito e fica rico, muitos brasileiros sonham em ter um negócio próprio. Certamente as pessoas que falam estas coisas nunca foram empresários. Vendem-se idéias de facilidade e de muito lucro para aumentar a tributação, a contribuição, fazer de conta que está do lado dos pobres e principalmente para conquistar votos.

Iludidos pela idéia de enriquecimento fácil e rápido muitas pessoas aventuram-se pelo caminho do empreendedorismo. Por isso, há o nascimento de tantas empresas e a alta taxa de mortalidade: cerca de 25% delas fecham antes de completar dois anos de vida. Mas por que tantos empreendedores fracassam?

Esqueceram de avisar que para ganhar dinheiro, ter sucesso na vida, fazer uma empresa sobreviver e crescer precisa trabalhar muito no início, no mínimo de 12 a 15 horas por dia, sem feriadão e finais de semana. Não tem mais salário garantido no final do mês, hora extra, nem 13º salário. Acordar cedo e dormir tarde faz parte da rotina diária do empreendedor, assim como pagar muitos impostos, aluguel, água, luz, telefone, etc.

Este artigo é para pessoas que iniciaram ou querem iniciar um negócio sem capital para montar uma empresa estruturada. Faz parte da vida do empreendedor iniciante fazer tudo. O que um executivo de grande empresa sente muita falta quando inicia uma carreira solo é não ter mais os botões para apertar para trocar uma lâmpada queimada e ter que sair na rua para comprar folha de sulfite.

Já fiz pintura, instalação elétrica, cabeamento. Trocar lâmpada queimada, carregar a mesa, consertar tomada elétrica. Não limpei banheiro, mas já tive que desentupir. Será que basta só esforçar, estar disposto a fazer qualquer coisa, trabalhar 24 horas por dia para sobreviver e crescer?

Segundo Konosuke Matsushita, fundador da Panasonic, “uma empresa que só pensa em lucros próprios, não se responsabilizando pelo bem estar da comunidade, pode prejudicar muito a sociedade e não terá progresso. A empresa é da sociedade, da comunidade que pertence. Se a sociedade perceber que numa empresa não existe vontade de servir ao público, certamente ela acabará falindo”.

Para entender esta afirmativa vamos tomar como exemplo inúmeras barracas que vendem tudo quanto é coisa nas ruas e avenidas de São Paulo. Apesar da grande quantidade de barracas, conheço pouquíssimos cases de sucesso destes empreendedores. Imagino que eles também querem progredir, crescer, ter a sua loja própria. Por que será que não conseguem sair da calçada e se estabelecer como um lojista?

Já ouvi explicações do tipo: se estabelecer como loja tem que pagar aluguel, imposto, por isso é melhor continuar assim. Para ficar rico precisa ter uma mente rica que atrai o dinheiro. Pessoas que pensam em não pagar impostos ou pagar pouco imposto possuem mente pobre e mesquinha que não atraem o dinheiro. Para ficar rico por caminhos normais da vida precisa desejar pagar muito imposto. É só questão de escolher: prefere pagar pouco imposto e continuar pobre ou pagar muito imposto e ser rico?

Na rua por onde ando tem uma barraca que ocupa mais da metade da largura da calçada. As pessoas que circulam por lá não tem espaço para passar e são obrigadas a andar na rua no meio dos carros. Nota-se a total indiferença do proprietário com as pessoas. Só está interessado em vender e ganhar dinheiro.

Este exemplo mostra o que falta aos 25% dos empreendedores que fecham o negócio antes de completar os dois anos. Falta a base fundamental que sustenta um empreendimento, como afirma Matsushita: “uma empresa que só pensa em lucros próprios, não se responsabilizando pelo bem estar da comunidade, não terá progresso”.

Existem empresas com bons propósitos que não dão certo? Sim, é possível. Matsushita afirma também que “se a comunidade perceber que numa empresa não existe vontade de servir ao público, certamente ela acabará falindo”. As pessoas precisam notar que a empresa tem vontade de ser útil, prestar um bom serviço, ter um bom produto.

Desta forma, o empreendedor além da disposição de trabalhar muito, propósito de servir, ser útil, precisa ter conhecimento de marketing digital, propaganda, vendas, etc. O marketing e a propaganda “não é para vender”, mas para levar uma mensagem, uma atração que faz com que as pessoas percebam que a empresa tem o propósito servir as pessoas.

Se você é do tipo que não presta atenção nas pessoas, não está nem aí para os outros, do tipo que nunca liga a seta do seu veículo antes de virar para a direita ou para a esquerda, nunca apaga a luz quando sai do escritório, é bom mudar de postura antes de tentar um empreendimento. Com certeza falta a característica fundamental para ser um empreendedor de sucesso: servir, ser prestativo, ser útil às pessoas. E aí, você está pronto para ter um empreendimento bem sucedido?

Orlando Oda é administrador de empresas, mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode.

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